A saída de dólares do Brasil superou os ingressos em US$ 796 milhões em maio até dia 22, informou nesta terça-feira, 26, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, durante apresentação dos dados de Setor Externo. Segundo o BC, esse resultado foi formado pela diferença entre um saldo positivo de US$ 1,751 bilhão na conta comercial e um negativo de US$ 2,547 bilhões no financeiro.
Na conta comercial, as exportações somaram US$ 11,895 bilhões no período, resultado formado por US$ 2,485 bilhões em ACC, US$ 2,902 bilhões em pagamento antecipado de exportações (PA) e US$ 6,508 bilhões em demais. As importações somaram US$ 10,144 bilhões. A conta financeira ficou negativa diante de entradas de US$ 28,225 bilhões e saídas de US$ 30,772 bilhões.
Mesmo com o resultado do fluxo cambial negativo, o acumulado do ano segue positivo, em US$ 17,074 bilhões. O chefe do Departamento Econômico do BC ainda informou que a posição de câmbio dos bancos, até 22 de maio, estava vendida em US$ 11,494 bilhões.
Investimentos
De acordo com Maciel, as condições de liquidez no mercado internacional pesam na nova conta de Investimento Direto no País (IDP). “Em 2014 havia uma condição de liquidez mais ampla do que temos hoje. Isso é um fator”, considerou. Outro, de acordo com o técnico, é a perspectiva de crescimento, entre outros pontos. “Apesar dessa moderação de IDP, o volume do quadrimestre é importante, de quase US$ 20 bilhões”, enfatizou.
Taxa de rolagem
Maciel salientou que, mesmo com um volume alto de amortizações no primeiro quadrimestre do ano, a taxa de rolagem ficou acima de 100%. Até o dia 22 de maio, no entanto, essa taxa estava em 70%, segundo o técnico. A variação é formada por 107% no caso de papéis e por 65% no de empréstimos. “É uma oscilação normal mês a mês. É normal ter mês com taxa menor, mas, de forma geral, as taxas de rolagem estão favoráveis”, comentou Maciel.