Salários, Cuca, Soteldo e Sánchez entram na pauta do Santos após negociações
Leandro Silveira
A primeira quinzena de 2020 no Santos foi de importantes definições, logo no começo da gestão de Andrés Rueda, com o acerto das vendas de Lucas Veríssimo e Diego Pituca, mas com a garantia de que eles vão permanecer até o fim da participação do clube na Copa Libertadores. O clube, porém, ainda tem outras pendências a resolver nos próximos dias, como a questão salarial, algo encarado como fundamental pelo dirigente que disse ter "vergonha" dos atrasos.
"É sabido que o clube estava em atraso em parte financeira com os jogadores, com muito custo a gente conseguiu pagar o 13.º salário e fundo de garantia que estavam atrasados", disse, em entrevista coletiva. "Acho que estamos em um bom caminho, em um curtíssimo prazo vamos parar de falar em atrasos com jogadores", acrescentou.
Além disso, há questões envolvendo Cuca, Soteldo e Carlos Sánchez. Nenhum desses temas é urgente e terá solução antes da decisão da Libertadores, em 30 de janeiro, diante do Palmeiras, mas são importantes para o clube visando a temporada 2021. E a principal delas envolve o treinador, que tem contrato com o Santos até a rodada final do Campeonato Brasileiro, em 25 de fevereiro.
A ideia do Santos é renovar o acordo com Cuca, que chegou ao clube em agosto. Ele precisou lidar com muitas dificuldades, pois o clube ficou proibido de realizar contratações. Apostou em jovens como Kaio Jorge, João Paulo e Lucas Braga, conseguindo conduzir o time à final da Libertadores. E será após a partida no Maracanã que Rueda pretende conversar com o treinador para lhe oferecer um novo contrato.
"A vontade nossa de permanecer com o Cuca é evidente e sempre que podemos deixamos claro. Não pelo o que está acontecendo agora. É pelo perfil do Cuca. O Cuca tem o perfil que a nossa gestão quer de um treinador. Ele forma equipe, ele cria uma convivência ótima. Tem o DNA ofensivo, joga para a frente, aceita a base", disse Rueda.
Se a situação de Cuca parece só depende do "sim" do treinador para ser definida, Rueda e os novos gestores terão de "quebrar a cabeça" para acertar a situação de Soteldo. Presidente do clube nos últimos meses de 2020, Orlando Rollo chegou a acertar a "devolução" do venezuelano ao Huachipato, mas o acordo pode ser cancelado.
A ideia era que Soteldo voltasse ao time chileno porque o Santos não pagou pela aquisição dos 50% dos direitos econômicos em 2019. Em troca, o Huachipato retiraria a ação na Fifa que impede o clube de fazer contratações e ainda teria participação em uma eventual venda.
Só que a possibilidade de volta ao Huachipato não agrada a Soteldo. Diante do impasse, Rueda terá de buscar um novo acordo. E ele poderá ser até mesmo uma proposta de aquisição – ou de pagamento da dívida – para ter o venezuelano no elenco na temporada 2021.
"Ele não gostaria de voltar para lá, tem a condição financeira dele. Não confia no clube e não quer voltar nessas condições. Exige garantias que pelo jeito não estão dando", explicou Rueda. "Se não me engano era até o final da próxima semana ou da outra para assinar ou desfazer acordo. E podemos pensar nele ficar, por que não? Interessa, claro, é um excelente jogador, técnica refinada. Tudo pode acontecer", acrescentou.
Já o impasse menos urgente envolve Sánchez. O meio-campista uruguaio tem contrato com o clube até 22 de julho de 2021 e era uma das referências do elenco até sofrer uma grave lesão no joelho esquerdo, tendo passado por cirurgia em outubro. E não deve voltar a jogar antes de maio. Rueda garante, porém, que pretende chamar Sánchez para uma conversa, com a intenção de renovar o seu vínculo, ainda mais que a partir do dia 22 ele poderá assinar um pré-contrato com outro clube, depois saindo gratuitamente.
"A gente conta com ele e no momento certo, e vai ser breve, vamos sentar para conversar se renovamos, se estendemos. Acabamos de fazer uma situação similar com o goleiro Vladimir, que estava contundido. Na prática, até porque não estava em Santos, não tivemos essa conversa. Mas nos próximos dias vamos começar a conversar. Consideramos ele fundamental, que no momento está contundido como acontece no futebol", disse.