O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, salientou nesta sexta-feira, 26, que o saldo de crédito permaneceu em expansão em agosto, mostrando aceleração na margem tanto no segmento de Pessoa Física quanto no de Pessoa Jurídica. “Parte dessa recuperação para Pessoa Jurídica já está associada a questões sazonais”, considerou.
Em 12 meses, o crescimento do mercado crédito seguiu moderado. Até julho, destacou Maciel, estava em 11,4% em 12 meses e agora está em 11,1%. “Isso decorreu exclusivamente do crédito direcionado. O crédito livre, que vinha mostrando taxas decrescentes em 12 meses, permaneceu em 5% agora”, disse.
A leitura, de acordo com ele, é de continuidade de crescimento das operações de crédito em ritmo moderado. “Isso ocorre em um ambiente de inadimplência baixa em termos históricos”, acrescentou.
O técnico ressaltou também que tanto os juros quanto a taxa de spread alcançaram um determinado patamar em maio e julho com a alta da Selic e permanecerem girando em torno desse patamar desde então. Em agosto, houve recuo de 0,3 ponto porcentual e de 0,4 pp, respectivamente. “A leitura mais relevante é que juros e spread estão oscilando no mesmo patamar desde alta da Selic”, reforçou.
Medidas macroprudenciais
Maciel classificou como modesto e ainda incipiente os impacto das medidas macroprudenciais adotadas entre julho e agosto e que tinham o objetivo de estimular o crédito. Maciel afirmou que seria necessário mais seis meses de dados para se fazer uma avaliação dessas medidas.
“Os impactos são relativamente modestos e tem impacto no médio e longo prazo”, observou. Ele afirmou ainda que no segmento de veículos é possível ver algum impacto. Ele destacou que as concessões de crédito para automóveis cresceu no trimestre encerrado em agosto, um avanço de 2,1%.