O cenário eleitoral a política baiana e de sua capital é, ao mesmo tempo, fortemente identificado com o acrônimo ACM, e o suporte ao Partido dos Trabalhadores, que há quatro mandatos seguidos se mantém no governo do Estado. O carlismo que hoje se concentra em Salvador, tem chances de vencer a eleição hoje mesmo e levar seu protagonista do momento, o prefeito ACM Neto, presidente nacional do DEM, a alçar voos maiores em 2022.
Antônio Carlos Magalhães, avô de ACM Neto, foi governador da Bahia por três vezes, duas delas durante a ditadura militar. O termo "carlismo" foi criado para se referir à política paternalista de ACM, que foi porta-voz local do chamado milagre econômico, que deu início ao desenvolvimento industrial no estado.
ACM constituiu um império de empresas de telecomunicações em todo estado, a Rede Bahia, do qual o atual prefeito é também herdeiro. ACM Neto está à frente da prefeitura de Salvador desde 2013. Foi reeleito em 2016 com 73,99% dos votos válidos no segundo turno, derrotando Alice Portugal (PCdoB) que obteve 14,55% dos votos.
No segundo turno das eleições presidenciais de 2018, Fernando Haddad (PT) teve expressiva vitória em Salvador, sobre o presidente eleito Jair Bolsonaro, com 68,59% dos votos válidos (985.532), enquanto o adversário ficou com 31,41% (451.273).
Também em 2018, o governador Rui Costa (PT) foi reeleito no primeiro turno, com 72% dos votos válidos dos eleitores soteropolitanos, conquistando seu segundo mandato e o quarto mandato petista seguido à frente do governo da Bahia, após suceder os dois mandatos do ex-governador Jaques Wagner (PT).
<b>Candidatos</b>
Bruno Reis (DEM), o candidato de ACM Neto, é o atual vice-prefeito e sua campanha, completamente apoiada na imagem e gestão do atual prefeito, decolou sem qualquer esforço. Ele é o candidato favorito, com forte possibilidade de ser eleito já no primeiro turno. A candidata do PT, Major Denice, não conseguiu a mesma proeza de colar sua imagem à do governador Rui Costa.
As intenções de voto da esquerda dividem basicamente entre Denice e Olívia Santana (PCdoB), além do folclórico candidato Pastor Sargento Isidório (Avante), mas nenhum deles parece ameaçar a eleição de Reis. Os outros candidatos, com chances ainda menores, segundo as pesquisas, são Cezar Leite (PRTB) e João Carlos Bacelar (Podemos).