Economia

Samarco consulta empresas no exterior que enfretaram crises

Os impactos do rompimento das barragens de Fundão e Santarém, em Mariana (MG), já ameaçam o futuro da Samarco. A mineradora também procura experiência internacional de empresas que já lidaram com desastres. No município de Anchieta, no sul do Espírito Santo, a empresa anunciou ontem que só tem minério de ferro até o próximo dia 14.

O Diretor de Operações e Infraestrutura, Cleber Terra, informou que “empresas com experiência internacional estão sendo consultadas” para auxiliar na gestão da crise ambiental. Segundo a empresa, um cronograma de ação deve ser apresentado às autoridades, mas ainda não há estimativa sobre os prejuízos com o rompimento.

Na parte funcional, confirmou-se que 85% dos 2,5 mil empregados da empresa em Ubú estão de licença remunerada desde ontem. E em dezembro todos entrarão de férias coletivas, com volta prevista só para 4 de janeiro. A empresa, segundo Terra, terá 50 dias de estudo do caso para tomar as próximas iniciativas para a volta das atividades no balneário capixaba.

A preocupação com a produção e a perda dos lucros da empresa ainda não transparece como alvo do momento, mas o diretor de operações explicou que a empresa deve ficar parada até janeiro até para conseguir pensar em uma estratégia de recuperação do prejuízo. Quanto a possíveis demissões, nada foi confirmado.

“A Samarco hoje tem estoque de produtos até este mês de novembro. As nossas quatro usinas vão ser paralisadas no próximo sábado (dia 14) e até janeiro vamos pensar se vamos ou não demitir alguém. Tudo ainda está muito recente”, disse Terra.

Contratos

Com a paralisação das quatro usinas da Samarco em Anchieta, os contratos serão cumpridos somente até novembro e, após esse período, serão interrompidos. “O nosso setor comercial está conversando com todos os fornecedores e clientes, para buscarmos alternativas para suprir essa situação”, finalizou Terra.

Questionado pela reportagem sobre a empresa não voltar mais a operar nas duas cidades, Cleber Terra disse apenas que “seria prematuro dizer se a empresa vai ou não continuar operando”. “Precisamos desses 50 dias para decidir qual será o futuro da Samarco”, admitiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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