Os maiores credores da mineradora Samarco, em recuperação judicial desde abril, entraram com nova petição na Justiça alegando que a mineradora tenta blindar o patrimônio de suas acionistas – a Vale e a australiana BHP Billiton – ao propor um financiamento de R$ 1,2 bilhão bancado por elas.
O documento, obtido pelo <b>Estadão</b>, diz que as projeções financeiras da Samarco apontam fluxo de caixa para a empresa manter suas operações sem necessidade desse crédito, principalmente após o pedido de recuperação judicial. O grupo engloba os fundos estrangeiros das gestoras York, BofA, HSBC, BNY Mellon, CVC, Citi, Canyon, Ashmore, Maple Rock, Solus e BlackRock, que têm R$ 21 bilhões da dívida da Samarco.
"Não é crível que a recuperanda (neste caso, a Samarco), assessorada por um dos maiores bancos de investimento do mundo, o JP Morgan, não conseguiu encontrar um só player disponível a mutuar dinheiro em condições melhores do que as do empréstimo DIP (tipo de financiamento voltado a empresas em recuperação judicial)", afirma a petição, ajuizada pelos escritórios Padis Mattar, FCDG e Resende Ribeiro Reis.
A Samarco, a Vale e a BHP não comentaram até o fechamento dessa reportagem.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>