Cidades

Samu avalia mal um chamado, demora três horas e paciente morre

Uma mulher de 42 anos morreu na noite desta segunda-feira, no Jardim Bela Vista, em Guarulhos, após sofrer uma crise nervosa, que desencadeou em um surto. Segundo moradores, o despreparo da PM e a demora na chegada do SAMU foram os principais responsáveis pela morte.
 
A mulher, identificada por vizinhos como Fabiana, de 42 anos, estaria passando por problemas financeiros. Na tarde de segunda-feira, por volta das 16h50, na rua Eduardo Juliani, próximo ao Ginásio João do Pulo, ela teria sofrido um surto e saiu às ruas com atitudes agressiva. Em um determinado momento, ela teria tirado a roupa.
 
A Polícia Militar foi chamada. Por volta das 18h10, teria atendido a ocorrência. Ainda segundo moradores, os policiais imobilizaram a mulher, com algemas e eles teriam ainda colocado Fabiana no chão com a barriga virada para o asfalto. Após a ação, a PM teria iniciado chamados ao SAMU para o atendimento médico, via rádio e através de seus telefones particulares. 
 
O SAMU teria levado mais de uma hora para atender o chamado. Na chegada o médico atestou a morte de Fabiana. Moradores teriam questionado o motorista da ambulância, que teriam confirmado que a demora seria por conta da troca de plantão, que acionou a equipe somente às 19h25. Como a base fica no Parque Mikail, houve mais um tempo de demora.
 
“A polícia não tem preparo para esta situação, jogaram ela no chão. Já o atendimento do SAMU, matou a mulher não passando a ocorrência no primeiro momentos, demoraram horas para chegar” disse um morador indignado. 
 
Em nota o Comando do 15º BPM/M, responsável pela área, esclareceu que o chamado através do “190”, telefone de emergência, foi registrado às 18h07, dando conta de que uma mulher apresentava comportamento agressivo, o solicitante teria relato que a mulher estaria danificando carros estacionados na via. A equipe teria chegado ao local às 18h23. 
 
A PM afirma que imediatamente acionou o SAMU, já que percebeu que o comportamento da mulher estava “muito alterado”. Como a situação do local se agravou, para conter a mulher, os policiais usaram algemas, o que permitiu que familiares, dentre eles uma sobrinha da vítima, que é auxiliar de enfermagem, se aproximassem e acalmassem Fabiana, que teve as algemas retiradas. 
 
Em meio a ocorrência a PM teria acionado o SAMU, por três vezes. Ainda segundo a PM, o SAMU chegou ao local às 20h10, porém a vítima já estava sem sinais vitais, e foi constatado o óbito às 20h25. O que gerou tumulto entre os familiares e populares que estavam no local.
 
Também por meio de nota, a Secretaria de Saúde de Guarulhos, responsável pelo SAMU, esclareceu que o primeiro chamado pelo Samu foi recebido às 16h50, “relatando que a mulher estava tendo uma crise nervosa, se desentendendo com vizinhos, porém, sem ferimentos, lesões ou problema de saúde mental que indicasse a necessidade de ambulância. Diante desse relato, o solicitante foi orientado a acionar a Polícia”.
 
Um novo chamado teria acontecido às 18h44, através da Polícia Militar, que solicitou apoio do SAMU: “A viatura então foi liberada pelo médico regulador, que avalia os casos de acordo com a gravidade de cada um, priorizando aqueles com risco de morte, segundo os protocolos clínicos de urgência e emergência do Ministério da Saúde. Como os chamados para este caso, informavam se tratar de uma crise nervosa, a ocorrência foi classificada como de baixa prioridade. Por isso, as viaturas foram deslocadas para atender prioritariamente outros chamados mais graves naquele momento, como acidentes de trânsito e problemas respiratórios.” 
 
Por fim, a Secretaria de Saúde reitera que o problema inicialmente relatado não indicava a necessidade urgente de ambulância, e ainda, aguarda o laudo do IML para esclarecer o motivo do óbito. Esclarece também que todos os chamados são gravados e que o caso será apurado”.
 
 

Posso ajudar?