O governo de São Paulo começará, a partir do dia 8, a vacinar idosos dentro do programa de imunização contra o coronavírus. Os detalhes foram apresentados pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 29, no Palácio dos Bandeirantes. No dia 8, começa a vacinação de idosos com idade de 90 anos ou mais. Os que têm 85 anos ou mais receberão a primeira dose do imunizante a partir do dia 15.
O plano do governo é que 1,6 milhão de pessoas do primeiro público-alvo (profissionais de saúde da linha de frente, indígenas, quilombolas e idosos em instituições como asilos) até o dia 8. Entre as pessoas com 90 anos ou mais, a expectativa é que 206 mil pessoas sejam vacinadas. Já entre o público entre 85 e 89 anos, serão 515 mil pessoas.
São Paulo e outros entes federativos aguardam uma confirmação do Ministério da Saúde para retardar a aplicação da segunda dose da vacina Coronavac nas pessoas já imunizadas, o que ampliaria a base do total de pessoas que começou a receber imunização.
Na coletiva, Doria afirmou que governo paulista deu um ultimato ao governo Jair Bolsonaro sobre a sinalização de compra de mais doses da vacina Coronavac. O Instituto Butantan tem um lote de 54 milhões de doses a serem oferecidas para o Sistema Único de Saúde (SUS), cuja opção de compra poderia ser manifestada até maio. Mas o Butantan vem pressionando o governo para comunicar essa intenção de compra logo. Doria disse que irá aguardar resposta da equipe do ministro Eduardo Pazuello até o dia 5.
"Caso o Ministério da Saúde não confirme até esta data (dia 5) que vai adquirir mais 54 milhões de doses contra a covid-29 do Instituto Butantan, o governo do Estado autoriza desde já o instituto a fornecer doses das vacinas os Estados e municípios", disse Doria.
O presidente do Butantan, Dimas Covas, afirmou que já recebeu uma sinalização do ministério sobre o tema, com a informação de que um acordo poderá ser fechado na próxima terça-feira, dia 2.
<b>Carnaval</b>
O governo do Estado anunciou ainda a suspensão dos pontos facultativos estaduais durante o carnaval deste ano, a exemplo do que já havia sido adotado por cidades como São Paulo e Belo Horizonte, de forma a evitar as festividades. "Essa é a recomendação do centro de contingência da covid-19", disse o governador, ao destacar que não seria "adequado" promover as aglomerações comuns nas festas ao longo da pandemia.
O governo do Estado previa um retorno das aulas na rede privada de São Paulo a partir da próxima segunda-feira, dia 1º, e o retorno na rede pública a partir da semana seguinte, no dia 8. Mas uma decisão da Justiça acatou pedido de duas associações representantes dos professores, que veem ainda insegurança para o retorno às atividades presenciais.
Nesta sexta-feira, Doria anunciou nova remessa de 1,8 milhão de doses da Coronavac para o Ministério da Saúde, totalizando 8,7 milhões de doses entregues ao governo federal. Desta nova entrega, cerca de 410 mil doses ficam em São Paulo. Segundo vacinômetro, até o momento, o Estado já aplicou 332.699 doses do imunizante contra a covid-19.
Conforme afirmou o governador, 80% de todas as vacinas disponibilizadas no País até o presente momento foram fornecidas pelo governo de São Paulo e o Instituto Butantan.