Estadão

Sanções impostas à Rússia não são suficientes, diz ministro ucraniano na ONU

Durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira, 23, a Ucrânia deixou claro aos líderes presentes que as medidas adotadas até agora para deter uma escalada militar da Rússia foram "apreciadas, mas não são suficientes", segundo o ministro de Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba.

Ele ainda instou as lideranças ocidentais que articulam a resposta contra a Ucrânia a não esperaram que "bombas russas caiam em solo ucraniano" para aplicar novas sanções. "Sanções são eficazes quando dissuadem a ação do inimigo, a hora de aplicar uma nova rodada de medidas é agora", afirmou, antes completar: "não quero que compatriotas ucranianos morram por atraso nas ações de outros governos".

Segundo Kuleba, o ataque da Rússia à Ucrânia se estende a toda a Carta da ONU e ameaça destruir a ordem mundial. Para ele, é objetivo da Rússia fazer com que a ONU se torne obsoleta, em caminho similar ao da Liga das Nações, organização multilateral criada após a Primeira Guerra Mundial e que teve suas atividades encerradas cerca de um ano após a Segunda Guerra Mundial. Ainda que as ferramentas da ONU sejam limitadas, é necessário que todas sejam utilizadas para tentar evitar uma escalada militar, disse Kuleba.

Ontem, Kuleba se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Durante o encontro, o americano garantiu o apoio incondicional à Ucrânia, incluindo ajuda bélica para se defender da possível ofensiva armada russa, disse o ministro. Os EUA ainda disseram que mais sanções serão aplicadas em coordenação com aliados.

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