Ministro das Finanças da França e atual chefe do Conselho para Assuntos Econômicos e Financeiros (Ecofin) da União Europeia (UE), Bruno Le Maire alertou que o principal risco das sanções adotadas pelo bloco e seus aliados contra a Rússia à economia europeia está atrelado ao setor energético. Segundo ele, os preços de energia podem aumentar até 10% e, desta forma, adicionar 0,2 ponto porcentual à inflação da zona do euro.
Como medidas para mitigar o impacto, Le Maire afirmou que a UE está preparando apoio aos setores mais expostos aos impactos do conflito na Ucrânia. No longo prazo, a Europa deve reduzir sua dependência do gás natural russo e diversificar seu suprimento e produção, disse.
Vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis também apontou o setor energético como o provável principal afetado.
Segundo ele, o impacto das sanções sobre a oferta energética fará com que os preços no setor não reduzam tão cedo, bem como a inflação europeia em geral, prejudicando ainda o crescimento da economia europeia. O mercado financeiro europeu, no entanto, tem "exposição limitada" aos bancos russos, tranquilizou Dombrovskis.
O vice-presidente, no entanto, ressaltou que as sanções são necessárias e devem ser fortalecidas, dada a situação na Ucrânia. "Ataque russo cada vez mais mira civis ucranianos", de acordo com ele.
Entre novas medidas que devem ser adotadas, Le Maire citou transações com criptomoedas realizadas por entidades russas. "Há amplo consenso entre líderes da UE de que criptomoedas não podem ser negligenciadas, de forma que não haja brechas" nas sanções, destacou.