O Santos vai mandar o jogo da final do Campeonato Paulista na Vila Belmiro. O clube confirmou a decisão nesta quinta-feira, um dia após vencer o Red Bull Bragantino por 3 a 1 e garantir a classificação, na Neo Química Arena, em São Paulo, diante de quase 45 mil pessoas. O outro finalista será o vencedor de Palmeiras e Novorizontino.
A decisão do Santos independe do adversário e vai na contramão do desejo da diretoria. O presidente Marcelo Teixeira queria que o clube jogasse a final em São Paulo, depois de dois casos de sucesso com jogos no MorumBis e na Neo Química Arena. A partida no estádio do São Paulo teve público de 50.132 torcedores. Já o estádio corintiano recebeu 44.804 santistas, público recorde da arena do Corinthians em 2024.
O motivo que colocou a final na Vila Belmiro foi um trabalho de manutenção do gramado da Neo Química Arena, comunicada nesta quinta pelo presidente do Corinthians, Augusto Mello, ao mandatário santista, Marcelo Teixeira. O campo não ficaria liberado a tempo caso o Santos mandasse o primeiro jogo em casa, no cenário de o Novorizontino avançar. A final tem a ida no domingo, dia 31, e a volta na outra semana, dia 7 de abril.
A experiência no MorumBis foi na primeira fase, contra o São Bernardo. O Santos arrecadou R$ 2.026.735 na partida. Já na semifinal, na Neo Química Arena, a renda foi de R$ 3.042.965,00. No mata-mata, as quartas de final foram na Vila Belmiro, contra a Portuguesa. O público foi de 13.882 torcedores, com renda de R$ 1.009.095,00.
A busca por caixa com os jogos decisivos é parte da estratégia do Santos para 2024. Rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro e fora da Copa do Brasil, torneio que mais paga premiação no País, o clube precisa diversificar a arrecadação para não enfrentar novos problemas financeiros.
Nesta semana, a Fifa aplicou um novo transfer ban no Santos por dívida de US$ 4 milhões (aproximadamente R$ 19 milhões) com o Krasnodar, da Rússia, pela negociação por Cueva. O clube revelou que vem negociando com os russos em busca de uma solução amigável, mas admitiu estar encontrando dificuldades para quitar o débito.
A vontade de jogar em São Paulo, contudo, não é unanimidade. Após a classificação às semifinais, o goleiro João Paulo confessou preferir a Vila Belmiro. "A gente é funcionário e tem de jogar onde a diretoria achar melhor. Claro, se eles pedirem nossa opinião, vamos pelo consenso e creio que a Vila Belmiro é nossa casa e muito importante para nós", comentou.
Mesmo que tenha mais público e arrecadação na capital, o Santos poderia ter uma desvantagem esportiva com o jogo em São Paulo. Se o Palmeiras for o adversário, a equipe de Abel Ferreira teria os dois jogos na cidade, enquanto o Santos lidaria com viagens para os confrontos, mesmo com o mando de um deles.
A transferência da semifinal para a zona leste paulistana marcou um alinhamento das gestões de Marcelo Teixeira, do Santos, com a do corintiano Augusto Melo. Os dois assumiram as presidências dos seus clubes neste ano. O <b>Estadão</b> questionou se o clube não buscaria também o MorumBis, mas não teve resposta do Santos.
Desde 2023, a diretoria santista, ainda com Andrés Rueda, tinha o plano de mandar mais partidas do Santos em São Paulo. No início do ano passado, foi feito um acordo com a Portuguesa para o uso do Canindé. Apenas uma partida foi realizada no local (empate por 1 a 1 com a Ferroviária) e a ideia não avançou. Depois de eleito, Marcelo Teixeira procurou a concessionária do Pacaembu para avaliar a possibilidades de jogos no principal palco do futebol paulista. Foi lá que o time foi campeão da Copa Libertadores pela última vez, em 2011.
O Santos conhece o outro finalista nesta quinta-feira. Palmeiras e Novorizontino duelam pela vaga na final a partir das 21h35, no Allianz Parque. Se o Palmeiras passar, tem direito a mandar o segundo jogo da final em casa. Caso o finalista seja o Novorizontino, a decisão, dia 7 de abril, será na Vila Belmiro.