O Santos comunicou, na tarde desta terça-feira, que a Justiça deferiu o pedido de suspensão de todas as execuções cíveis em curso contra o clube. Com isso, fica neutralizado, ao menos momentaneamente, o risco de sofrer consequências como a penhora de rendas de patrocínio e direitos televisivos.
A medida obtida, conhecida como centralização de execuções cíveis, concentra as ações em uma única vara e dá à diretoria santista um prazo de 60 dias para apresentar um plano de pagamento. O planejamento envolve organizar uma espécie de fila de credores, com datas determinadas para quitar a dívida com cada um deles. Para isso, o clube deve reservar quantias de sua receita mensal.
"Essa decisão é uma grande e importante vitória do Santos fora das quatro linhas, para seguirmos em direção ao equacionamento e saneamento das nossas muitas dívidas, que remontam a antigas gestões. A atuação do nosso Departamento Jurídico foi fundamental para que o Clube possa se reorganizar, planejar e respirar para sua reestruturação", afirmou o presidente do Santos, Andres Rueda.
O clube santista convive com complicações nos bastidores há um bom tempo, entre cobranças, bloqueios e penhoras. Em entrevista recente à Rádio 365, no final de março, Rueda chegou a afirmar que o valor da dívida do clube caiu de R$ 700 milhões para R$ 200 milhões ao longo de 2021, mas que "vira e mexe, aparece alguma coisa do armário".
O modelo de centralização de execução já vem sendo utilizado por outros clubes que viveram problemas financeiros de grandes proporções nos últimos anos. É o caso do Cruzeiro, que tem boa perspectiva desde a venda da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) a Ronaldo Fenômeno, mas precisou criar sua fila de credores para lidar com dívidas das gestões anteriores.