O Santos teve nesta quinta-feira uma noite gloriosa no estádio do Pacaembu, em São Paulo, e, por causa dela, está na semifinal da Copa do Brasil, fase em que vai enfrentar o poderoso Cruzeiro. A velocidade e a criatividade do ataque santista foram demais para o Botafogo, uma equipe em estado de calamidade, e o resultado foi uma goleada por 5 a 0 para o Santos, que já havia vencido o jogo de ida por 3 a 2.
O placar foi a maior goleada da história do clássico alvinegro, igualando-se a outra vitória de 5 a 0 do Santos sobre o Botafogo, ocorrida em 1963. Um encontro entre os dois times sempre provoca lembranças dos “velhos tempos” e o jogo no Pacaembu, muito apropriadamente, teve um ritmo típico dos anos 60, época dourada para santistas e botafoguenses. Em outras palavras, a partida foi aberta, veloz e cheia de chances de gol. As equipes estavam mais dispostas a atacar do que a defender.
Essa troca franca de golpes favoreceu claramente o time mais forte. No caso, o Santos. Com 10 minutos, a equipe da casa – afinal, o Pacaembu é a segunda casa dos santistas – já vencia por 2 a 0. O primeiro gol foi marcado em alta velocidade, como é típico do Santos quando está em um dia bom. Lucas Lima lançou Mena na ponta esquerda, o lateral cruzou para a área e Gabriel tocou para o gol. A defesa do Botafogo ficou perdida com a correria do adversário. Pouco tempo depois, Lucas cobrou escanteio pelo lado direito, o goleiro Andrey executou uma saída de gol pavorosa e David Braz cabeceou para o arco vazio.
Era de dar pena a situação do Botafogo. Não bastassem os salários eternamente atrasados, o time esfacelado e a necessidade de vencer fora de casa para ir à semifinal, ainda havia uma desvantagem no placar a ser superada. O time carioca, apesar de tudo, manteve-se com a cabeça erguida e teve seus momentos – a maioria provocada pelas investidas de Rogério pela direita.
Foi depois de uma boa jogada de Rogério que Wallyson recebeu a bola em ótima posição na área santista, mas seu chute saiu alto demais. Depois, Wallyson mandou uma cobrança de falta no travessão.
Era o Santos, no entanto, o dono do espetáculo. A velocidade de Geuvânio, Gabriel e Rildo – todos sempre bem servidos por Lucas Lima, cada vez mais o maestro do time – era demais para os botafoguenses e o primeiro tempo já poderia ter terminado em goleada. Entre tantas ocasiões de gol desperdiçadas, algumas delas por excesso de frescura, Lucas Lima deixou uma pérola para os amantes do futebol. Com a defesa adversária escancarada, ele aproveitou um péssimo domínio de bola de Guilherme e atravessou o campo de ataque antes de driblar Andrey e marcar com classe.
MAIS GOLS – Os jogadores e os torcedores do Botafogo desejavam ardentemente que o Santos reduzisse o ritmo no segundo tempo, mas não foi isso o que aconteceu. Os donos da casa continuaram atacando em alta velocidade, como se ainda precisassem marcar mais gols. O time carioca escapou do quarto gol quando Gabriel, frente a frente com Andrey, chutou na trave e, no rebote, Geuvânio teve o gol negado por uma excelente defesa do goleiro.
Era questão de tempo, no entanto, para que a goleada se concretizasse. Quando Lucas Lima cobrou uma falta para a área botafoguense, Andrey evitou o gol de Gabriel, mas David Braz marcou no rebote. Foi o quinto gol do zagueiro em cinco jogos no Pacaembu neste ano.
Algum tempo depois, foi a vez de Geuvânio marcar, mais uma vez em um rebote – desta vez de Bolatti, que evitou o gol de Gabriel. E outros tentos poderiam ter saído, mas o Santos poupou o Botafogo de vexame ainda maior. O apito final foi um alívio para os cariocas.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 5 x 0 BOTAFOGO
SANTOS – Vladimir; Cicinho, Edu Dracena (Neto), David Braz e Mena; Alison, Arouca (Alan Santos), Lucas Lima (Renato), Geuvânio e Rildo; Gabriel. Técnico: Enderson Moreira.
BOTAFOGO – Andrey; Gabriel, Matheus Menezes, Dankler e Guilherme (Sidney); Rodrigo Souto, Bolatti e Ramírez; Yuri Mamute (Zeballos), Rogério e Wallyson (Andreazzi). Técnico: Vagner Mancini.
GOLS – Gabriel, aos 5, David Braz, aos 9, e Lucas Lima, aos 36 minutos do primeiro tempo; David Braz, aos 17, e Geuvânio, aos 23 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Dankler e Matheus Menezes (Botafogo).
CARTÃO VERMELHO – Matheus Menezes (Botafogo).
ÁRBITRO – Heber Roberto Lopes (Fifa/SC).
RENDA – R$ 358.365,00.
PÚBLICO – 13.459 pagantes (14.865 no total).
LOCAL – Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP).