Internacional

Santos se desculpa após saber que Odebrecht pagou custos de campanha na Colômbia

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pediu desculpas aos colombianos nesta terça-feira, após a revelação de que a construtora brasileira Odebrecht pagou custos ilegalmente em sua campanha eleitoral de 2010.

O pedido de desculpas foi feito após o ex-gerente de sua campanha, Roberto Prieto, admitir pela primeira vez que a Odebrecht pagou US$ 400 mil para a impressão de 2 milhões de pôsteres da campanha durante a reta final da corrida presidencial de 2010, embora ele tenha dito que não tinha conhecimento de pagamento irregular.

“Eu lamento profundamente e peço desculpas aos colombianos por esse ato embaraçoso que nunca, nunca deveria ter acontecido e que acabo de descobrir”, disse Santos na mensagem em vídeo. “Eu nunca autorizei nem admiti essas ações, que foram realizadas em violação direta às normas éticas e controles que eu exigia que estivessem em vigor durante a campanha.”

A revelação é a mais recente a macular a imagem do Nobel da Paz. A Odebrecht admitiu ter pago quase US$ 800 milhões em propinas em toda a América Latina.

Na semana passada, uma companhia de pesquisas que trabalhou para Santos em 2014 na campanha da reeleição disse que recebeu US$ 1 milhão da Odebrecht. O próprio Prieto foi acusado de receber US$ 1 milhão em dinheiro para a campanha de Santos por um lobista preso contratado pela Odebrecht, o que o ex-gerente da campanha negou em entrevista nesta terça-feira à Blu Radio. A Odebrecht também é acusada de entregar US$ 1,6 milhão para contas da campanha do rival conservador de Santos na disputa eleitoral de 2014.

Santos não parece correr o risco de um impeachment, mas as acusações devem piorar a popularidade dele, 14 meses antes da escolha de seu sucessor. Em fevereiro, a aprovação do presidente estava em apenas 24%, perto da mínima desde que assumiu, segundo o Gallup. A mesma pesquisa mostrou que os colombianos pela primeira vez em mais de 12 anos consideraram a corrupção o principal problema do país, não a segurança pública ou a falta de oportunidades econômicas. Fonte: Associated Press.

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