No vazio e silencioso Pacaembu praticamente só Rogério e Ganso conseguiram causar alguma manifestação da torcida do São Paulo nesta terça-feira. O atacante abriu o placar e saiu aplaudido para o meia entrar em campo e fechar a vitória por 2 a 0 sobre o Mogi Mirim, pelo Paulistão.
O jogo abusou da paciência e da boa vontade em ver futebol dos poucos presentes. A noite fria levou pouco mais de 3 mil pessoas ao Pacaembu e o ambiente vazio, até silencioso, não cativava a partida a ter um ritmo mais empolgante. Como sempre, o São Paulo levava a bola ao ataque, mas não sabia o que fazer e nem como progredir rumo a algum lance de perigo. O resultado disso foram erros de passes, tabelas forçadas e lances feios.
A partida era válida pela terceira rodada e deixou o São Paulo empatado com a Ferroviária na liderança do grupo C. A equipe do interior, sensação do Campeonato Paulista, leva vantagem apenas nos gols marcados: 14 a nove. Na próxima rodada, sábado, a equipe tricolor recebe o São Bernardo, novamente no Pacaembu. Já o Mogi, lanterna do Grupo D, visita o Botafogo, em Ribeirão Preto, também às 16h de sábado.
Rogério tentou mudar o rumo sozinho, de forma até afobada, em jogadas individuais infrutíferas. A insistência ganhou como prêmio um passe fantástico de Bruno, que deixou o atacante sozinho para entrar na área e de carrinho, tirar do goleiro aos 35 minutos do primeiro tempo. A bola entrou devagar, como se desafiasse o jejum de cinco jogos sem gols de atacantes do time.
O pernambucano foi titular somente pela terceira vez em 11 jogos do time no ano, mas de novo foi decisivo. O jogador marcou o gol da classificação à fase de grupos pela Copa Libertadores, contra o Cesar Vallejo, e diante do Mogi Mirim abriu o placar e desamarrou uma partida até então enroscada e monótona.
Rogério ainda é só um reserva com status de “quebra-galho” no time do técnico Edgardo Bauza. Ora entra no segundo tempo na vaga de Centurión pelo lado direito, ora ganha chance no time com função diferente. Ontem recebeu a missão de atuar como meio, no papel de Ganso, e novamente essa espécie de talismã do elenco correspondeu.
O destaque do jogo sentiu uma lesão e saiu no segundo tempo, quando a equipe abusou de perder gols. A facilidade de encarar a defesa de um time que luta contra o rebaixamento fez os argentinos Calleri e Centurión perderem ótimas chances. O Mogi Mirim mal passava do meio-campo e passou a partida mais no papel de sparring do São Paulo, que se prepara para jogar pela Libertadores, na semana que vem.
A boa atuação de Rogério fez Centurión ficar mais desperto, como se tentasse responder à boa atuação do concorrente por posição. O argentino acertou um belo chute na trave e dar trabalho à defesa adversária. Em recompensa, recebeu aplausos quando deixou o campo. Carlinhos foi outro a ficar perto do gol e também acertar a trave.
O substituto de Rogério, Ganso, chutou de fora da área para fechar o placar, já aos 44 minutos do segundo tempo, para confirmar a vitória e acabar com o risco de alguma zebra.
FICHA TÉCNICA:
SÃO PAULO 2 X 0 MOGI MIRIM
SÃO PAULO – Denis; Bruno, Maicon, Rodrigo Caio, e Mena; Hudson e Thiago Mendes; Centurión (Wesley), Rogério (Ganso) e Carlinhos; Calleri (Alan Kardec). Técnico: Edgardo Bauza.
MOGI MIRIM – Daniel; Wendel, Saimon, Bruno Costa e Alex Reinaldo; Gabriel Dias, Josa, Emerson Santos (Diego Lorenzi) e Lulinha (Keké); Roni e Léo Artur (Romildinho). Técnico: Toninho Cecílio.
GOLS – Rogério, aos 35 minutos do primeiro tempo, e Ganso, aos 44 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Salim Chavez
CARTÕES AMARELOS – Gabriel Dias, Roni e Bruno.
PÚBLICO – 3.013 pagantes.
RENDA – R$ 127.580,00.
LOCAL – Estádio do Pacaembu, em São Paulo.