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São Paulo e Flamengo empatam sem gols no Morumbi em resultado ruim para os dois

O empate sem gols, neste sábado, no estádio do Morumbi, em São Paulo, pela 28.ª rodada do Campeonato Brasileiro, não foi bom para o São Paulo nem para o Flamengo. O time tricolor precisava de mais pontos para se distanciar de vez da zona de rebaixamento e tentar terminar a conturbada temporada sem riscos, seu objetivo nas próximas 10 rodadas que lhe faltam. O carioca tinha intenções mais nobres: pular para a liderança e empurrar o Palmeiras para o segundo lugar depois de seis jornadas perseguindo o adversário paulista na ponta. Não deu também.

A igualdade por 0 a 0 mantém o São Paulo ameaçado – com 35 pontos, em 13.º lugar – e deixa o time carioca na vice-liderança com os mesmos 54 pontos que o Palmeiras, mas pior saldo de gols (22 a 11) – a diferença pode aumentar para três caso o rival alviverde ganhe nesta segunda-feira do Santa Cruz, no Recife.

O Flamengo teve a bola, a cadência e o ritmo da partida. O São Paulo foi mais acelerado, agudo em alguns momentos. Rivais de estilos diferentes dentro de um Morumbi de pouco barulho em uma fria tarde de sábado em São Paulo – 15 graus e garoa. Esperava-se mais do torcedor tricolor, uma vez que os flamenguistas não puderam aparecer por causa de punição – a terceira e última partida após briga com palmeirenses em Brasília.

O jogo foi disputado nos primeiros 45 minutos, mas de poucas chances claras de gol. As bolas paradas do visitante causaram preocupação na defesa são-paulina. Guerrero sempre foi a referência para os olhos de Diego. Todas as vezes em que isso aconteceu, Lugano e Rodrigo Caio estavam atentos para fazer a interceptação. Aos 19, o atacante peruano não apostou em furada de Lugano e desperdiçou oportunidade. A propósito, os dois adversários se rivalizaram durante todo o primeiro tempo. Saiu faísca. O uruguaio estendeu a mão para se desculpar, ou fazer as pazes, com Guerrero, mas ele não aceitou. Era rixa antiga.

O São Paulo chegou mais, pressionou mais, fez a bola rondar mais o gol de Alex Muralha, mas sem um pingo de pontaria nem arremates perigosos. O diagnóstico era claro, como atestou Thiago Mendes. “Faltou acertar o último passe”. O setor defensivo do Morumbi trabalhou sincronizado e com eficiência. Sabia que não podia vacilar diante do segundo colocado do Nacional, sobretudo na frente de Diego, William Arão e Guerrero. Era morte na certa. O técnico Ricardo Gomes pediu para que seus jogadores fechassem o caminho do rival pelas laterais, com Rodinei e Jorge.

RISCOS – Os primeiros 10 minutos da segunda etapa foram quase que todos eles na área de Muralha, com pelos menos duas boas bolas cruzadas da direita com perigo, quase um “repeteco” do que foi o São Paulo na etapa inicial. Da mesma forma também, faltou qualidade na conclusão. O Flamengo esteve mais preso à marcação e com pouca gente com coragem para passar do meio de campo. Até os 20, o visitante mais se defendeu, e como pôde, do que atacou. Guerrero amargava solidão na frente.

Zé Ricardo percebeu a fragilidade ofensiva do Flamengo e mandou a campo o atacante Fernandinho no lugar de Gabriel. A ideia era deixar o time mais agudo e Guerrero com alguém mais próximo. Aos 30 minutos, a melhor jogada do Flamengo começou com o próprio Fernandinho pela esquerda. Ele se livrou da marcação e passou para Jorge na área. A bola foi para fora. Denis segurou a respiração, assim como fez a torcida do São Paulo.

Os donos da casa estavam entregues. O Flamengo adiantou as suas linhas. Fernandinho continuou infernizando a defesa do time que conhece bem. Aos 32 minutos, cruzou na cabeça de Leandro Damião para boa defesa de Denis – quase ele deixa a bola passar por entre suas pernas.

O contra-ataque agora era do time tricolor, em uma total inversão de mando. E em um deles, o melhor de todos, Chavez ficou com a bola depois de furada dupla dos marcadores. Livre, deu alguns passos e chutou. Muralha estava lá. O atacante do São Paulo errou na opção. Deveria ter invadido a área e entrado com bola e tudo. Preferiu o chute de longe. Lugano, desolado, deu a receita para os próximo jogos. “Um ponto não é suficiente, mas se não conseguimos ganhar, ao menos não perdemos. Para sair dessa situação, temos de somar pontos”.

FICHA TÉCNICA

SÃO PAULO 0 x 0 FLAMENGO

SÃO PAULO – Denis; Bruno, Lugano, Rodrigo Caio e Mena; Hudson, Thiago Mendes (Michel Bastos), Wesley, Cueva e Kelvin (Luiz Araújo); Chavez. Técnico: Ricardo Gomes.

FLAMENGO – Muralha; Rodinei, Réver, Rafael Vaz e Jorge; Márcio Araújo, Willian Arão, Gabriel (Fernandinho) e Diego; Everton (Alan Patrick) e Guerrero (Leandro Damião). Técnico: Zé Ricardo.

CARTÕES AMARELOS – Cueva, Rodrigo Caio e Hudson (São Paulo); Diego, Leandro Damião e Réver (Flamengo).

ÁRBITRO – Sandro Meira Ricci (Fifa/SC).

RENDA – R$ 808.393,00.

PÚBLICO – 29.813 pagantes.

LOCAL – Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).

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