O carnaval de rua deste ano em São Paulo terá hora marcada. Após reclamações de barulho e confusão no trânsito, a Prefeitura determinou que os blocos só poderão se manter nas ruas até as 22 horas e terão de se dispersar até a meia-noite. A expectativa da administração municipal é de que os cerca de 300 grupos cadastrados e os desfiles das escolas de samba reúnam 2 milhões de pessoas neste ano, o dobro de 2014.
“As pessoas que estão ali vão ter de colaborar com isso. Não só terminar em um horário razoável para os moradores que querem dormir, mas também para ser possível limpar as vias durante a madrugada”, justificou Guilherme Varella, secretário municipal de Cultura em exercício. Principalmente por causa dos transtornos ocorridos durante a Copa do Mundo, a fiscalização deve ser mais rigorosa na Vila Madalena, na zona oeste, com a presença da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Neste ano, serão 75% blocos de rua a mais do que em 2014, quando houve, ao todo, 174. A maior parte deles estará concentrada na região central, além de Vila Madalena e Pinheiros. Até o dia 1.º de março, 86 blocos desfilarão nas ruas da Subprefeitura da Sé, no centro, enquanto a área da Subprefeitura de Pinheiros terá outros 67.
De acordo com Cássio Calazans, presidente da Sociedade Amigos de Vila Madalena (Savima), os moradores já vêm discutindo com o poder público desde o ano passado. “Participamos dessas reuniões desde junho, conversando com blocos, moradores, comerciantes, Polícia Militar e CET. Está longe do ideal, mas já está melhor do que o ano passado.”
Segundo ele, a intenção dos moradores era que um número menor de blocos participasse. “O que ficou definido, pelo menos na teoria: blocos e ambulantes vão ser cadastrados e haverá um centro de comando da PM na Rua Mourato Coelho.”
Para o futuro secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, a programação do carnaval e a chegada de turistas não terão impacto na crise hídrica. “A região metropolitana tem 20 milhões de pessoas. Não é o carnaval que vai aumentar o consumo”, afirmou. Segundo a Prefeitura, caminhões vão jogar água de reúso nas ruas à meia-noite, para tirar o cheiro de detritos do solo. “O carnaval é um evento espontâneo, vai acontecer de qualquer maneira. A limpeza das ruas é feita com água de reúso e todos os banheiros serão químicos, não usam água”, afirmou o secretário de Turismo, Wilson Poit. Cerca de 900 banheiros públicos devem ser instalados em diversos pontos da cidade – no ano passado, foram aproximadamente 200. (Colaborou Caio do Valle). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.