Em plena pré-temporada, Corinthians e São Paulo se enfrentaram na decisão da Florida Cup e, apesar do discurso de que o mais importante era a preparação e não o resultado, os jogadores entraram pilhados – Kazim e Maicon foram expulsos – e fizeram um jogo tenso e pegado, especialmente no primeiro tempo. No final, o herói foi o goleiro Sidão, que defendeu duas cobranças de pênalti e garantiu a vitória por 4 a 3 após o empate por 0 a 0 no tempo regulamentar.
Sidão já havia sido o destaque são-paulino nas semifinais, quando também pegou dois pênaltis contra o River Plate. Por causa das defesas de Sidão na decisão deste sábado, nos chutes de Fellipe Bastos e Marciel, o técnico Rogério Ceni, responsável direto por sua contratação, levantou o primeiro título de sua carreira como treinador.
Pela primeira vez realizado fora do Brasil, o Majestoso teve todos os ingredientes de um grande clássico de futebol, com jogadores exigindo a vitória, brigas e chances perdidas. O detalhe interessante é que a torcida presente no Estádio Bright House Networks, em Orlando, conviveu pacificamente e apenas fez festa.
O São Paulo entrou com a mesma formação que iniciou o duelo com o River Plate na quinta-feira, mas com o zagueiro Douglas no lugar de Breno – era o único jogador do elenco que ainda não havia atuado na competição. Já o Corinthians promoveu algumas mudanças, com as entradas de Kazim, Guilherme e Marquinhos Gabriel no time titular.
No início do duelo, as duas equipes fizeram marcação sob pressão e dificultavam a criação das jogadas. O São Paulo teve uma boa chance com Chavez, que se livrou da marcação de Pedro Henrique dentro da área, mas foi tocado pelo adversário. O árbitro nada marcou e mandou o jogo seguir, para desespero do argentino.
No banco de reservas, Rogério Ceni mostrava uma postura um pouco diferente do primeiro jogo. Reclamava com a arbitragem e gesticulava a cada entrada mais dura nos jogadores de sua equipe. Foi assim quando Jô e Camacho fizeram faltas nos seus atletas. Ele parecia prever que o clima esquentaria rapidamente. E isso não demorou a acontecer.
Aos 17 minutos, Bruno disputou a bola com Marquinhos Gabriel e sofreu falta. Mas ele deixou o pé no rosto do corintiano, que segurou sua perna. Logo seus companheiros, inclusive os que estavam no banco de reservas, correram para o local da confusão. Houve troca de empurrões e insultos até o juiz expulsar Kazim, do Corinthians, e Maicon, do São Paulo. E poderia ter dado cartão vermelho até para outros atletas, como os dois protagonistas da confusão.
Com um a menos de cada lado, o ritmo do clássico diminuiu, mas o São Paulo manteve o domínio, chegando no gol adversário enquanto o Corinthians praticamente não incomodava o goleiro Denis. Antes do apito final, Fagner ainda deu uma entrada dura em Buffarini e poderia ter sido expulso, mas o juiz aliviou para o corintiano.
Após o intervalo, os times voltaram com poucas alterações, mas logo os treinadores começaram a mexer, dando oportunidade para os reservas. O Corinthians melhorou e foi perigoso no ataque, principalmente com boas chances de Marlone, que teve tudo para abrir o placar, e Romero, que cabeceou com muito perigo. Na decisão por pênaltis, o São Paulo foi melhor, com Gilberto convertendo a última cobrança do seu time.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 0 X 0 SÃO PAULO (3 x 4 nos pênaltis)
CORINTHIANS – Cássio; Fagner (Léo Príncipe), Pedro Henrique (Vilson), Balbuena (Yago) e Moisés (Marciel); Gabriel (Paulo Roberto), Camacho (Fellipe Bastos), Guilherme (Marlone), Marquinhos Gabriel (Giovanni Augusto) e Jô (Ángel Romero); Kazim. Técnico: Fábio Carille
SÃO PAULO – Denis (Sidão); Bruno (Júnior Tavares), Douglas (Lucão), Maicon, Rodrigo Caio e Buffarini (Araruana); Thiago Mendes (Neilton), Cueva (Cícero) e Luiz Araújo (João Schmidt); Wellington Nem (Wesley) e Andres Chávez (Gilberto). Técnico: Rogério Ceni.
ÁRBITRO – Jonathan Weiner (Estados Unidos).
CARTÕES AMARELOS – Fagner, Moisés, Gabriel e Camacho (Corinthians).
CARTÕES VERMELHOS – Kazim (Corinthians) e Maicon (São Paulo).
RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio Bright House Networks, em Orlando (Estados Unidos).