A caderneta de poupança registrou saque líquido de R$ 7,419 bilhões em novembro, ficando aquém da retirada realizada no mesmo mês de 2021 (R$ 12,377 bilhões), que é o recorde da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1995. O resultado negativo em novembro também foi menor do que a saída registrada em outubro, de R$ 11,007 bilhões.
Em um cenário de endividamento recorde, juros em dois dígitos e renda comprimida, o ano de 2022 tem sido de saques volumosos na poupança. No acumulado até novembro, o saldo negativo é de R$ 109,496 bilhões, mais que o dobro da retirada registrada em todo ano de 2015, que, até hoje pior resultado anual da série histórica (-R$ 53,567 bilhões).
Em 2022, somente maio registrou depósitos líquidos, de R$ 3,514 bilhões, enquanto os dois meses mais negativos da história aconteceram este ano: agosto (-R$ 22,015 bilhões) e janeiro (-R$ 19,665 bilhões).
Em novembro, foram colocados na poupança R$ 304,580 bilhões, enquanto R$ 311,998 bilhões foram retirados. Considerando o rendimento de R$ 6,166 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 986,460 bilhões no fim do penúltimo mês, em queda nos últimos resultados. No final de outubro, o saldo era de R$ 987,713 bilhões.
Em 2021, a caderneta de poupança teve o terceiro pior desempenho anual da história, com retiradas líquidas de R$ 35,497 bilhões, após registrar recorde em 2020 (R$ 166,310 bilhões), em meio ao auxílio emergencial e à maior tendência das famílias de guardarem dinheiro no início da pandemia de covid-19.
Atualmente, com a taxa Selic a 13,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), atualmente em 0,2440% ao mês (2,97% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita com TR mais 70% da taxa básica de juros.