A Secretaria de Estado da Saúde vai ampliar para outros cinco municípios da Grande São Paulo, entre eles Guarulhos, a imunização contra sarampo nos jovens na faixa de 15 a 29 anos, considerada mais vulnerável a infecções devido a menor procura pela segunda dose da vacina.
Neste momento, a pasta está mobilizando os municípios de Guarulhos, que tem cinco casos da doença, Osasco, São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul, onde há circulação do vírus, para realizarem campanhas de vacinação a partir de 11 de julho. A finalidade é imunizar, nas cinco cidades, mais de 900 mil jovens e adultos nessa faixa-etária. No dia 20 de julho haverá um Dia D de imunização, e o Governo do Estado dará suporte financeiro aos municípios para esta ação.
A pasta estadual solicitou ao Ministério da Saúde doses extras da vacina para imunizar os públicos destes municípios, que devem ser enviadas pelo órgão Federal de modo escalonado no decorrer das próximas semanas.
Além disso, a Secretaria está firmando parcerias com o objetivo de fortalecer a campanha em curso na Capital e ampliar o alcance nos novos municípios. Especificamente na cidade de São Paulo, a campanha já está em curso desde 10 de junho, com a meta de vacinar 2,9 milhões de paulistanos com idade entre 15 a 29 anos. Até o dia 1º de julho, o município de São Paulo imunizou cerca de 47 mil pessoas.
Organizações públicas e privadas estão sendo mobilizadas pela pasta, no sentido de ajudarem as Prefeituras a alcançar com mais facilidade a população, com ações de vacinação em parques, metrô, rodoviárias, residências, hospitais, bem como escolas e universidades no período de volta às aulas, por exemplo. As Secretarias de Estado da Educação e Transportes Metropolitanos serão apoiadoras da campanha
A Saúde também pode viabilizar, de imediato, recursos equivalentes a 27 mil horas extras para auxiliar os municípios no envio de equipes para ações extramuros de vacinação, possibilitando a oferta e aplicação de doses em horários alternativos, como finais de semana.
Estão previstos ainda treinamentos online e presenciais para profissionais de saúde, visando o aperfeiçoamento das ações de vigilância, com foco em: hipótese diagnostica oportuna, manejo clínico adequado, coleta e envio de amostras biológicas, notificação para ações de bloqueio e varredura em tempo hábil (até 72h).
“A Secretaria faz monitoramento ininterrupto no Estado quanto a circulação de todas às doenças. Com esta campanha, queremos vacinar e proteger a população jovem e interromper a transmissão do sarampo nesses locais”, afirmou o Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann Ferreira.
O Centro de Vigilância Epidemiológica estadual mantém o monitoramento em todo o território e, se constatada a necessidade, poderá mobilizar campanhas em outros municípios. Todas as Prefeituras devem fazer bloqueios diante de notificações de casos suspeitos, conforme diretriz do Ministério da Saúde.
Em fevereiro, uma estratégia similar foi iniciada na cidade de Santos, outro ponto estratégico de entradas e saídas do país devido ao Porto, o maior da América Latina. A vacinação foi planejada devido à notificação de casos no navio de cruzeiro Seaview, da MSC, na costa brasileira. A campanha em curso na Baixada Santista visa a imunização de 91 mil jovens e adultos de 15 a 29 anos. Desse total, cerca de 65 mil pessoas foram vacinadas, até o momento.
Em 2019, até o momento, foram confirmados 206 casos de sarampo em SP (confira abaixo a tabela com os dados). Mais de 66% desse total se concentra na capital, com 137 casos.
Embora representem aproximadamente 20% da população paulista, esses jovens respondem por 47,5% do total de casos do Estado. Foram 98 especificamente nessa faixa etária, considerada mais vulnerável a infecções devido a menor procura pela segunda dose da vacina. Por isso, a imunização deve ser feita de forma indiscriminada nesse público, ou seja, sem obrigatoriedade de apresentação da carteira vacinal.
Outros 36 casos (17,5%) abrangeram crianças com menos de 12 meses, público já abrangido na rotina pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), que prevê administração da tríplice viral aos 12 meses, e um reforço aos 15 meses com a tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela).
Os profissionais de saúde das redes pública e privada também devem estar imunizados, considerando a possibilidade de contato com pessoas infectadas.
A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Há contraindicação para gestantes e imunodeprimidos, como pessoas submetidas a tratamento de leucemia e pacientes oncológicos.