Até o próximo dia 1º de julho todos os serviços de urgência e emergência do município passarão a utilizar um novo protocolo de acolhimento com classificação de risco, para priorizar a assistência aos pacientes de acordo com o grau de gravidade dos casos. A capacitação de 60 profissionais, entre médicos e enfermeiros responsáveis técnicos pelas unidades, com entrega de material de apoio, como banners e apostilas, foi realizada pela Secretaria de Saúde nesta quarta-feira, 23, na Escola SUS (Bom Clima).
O novo protocolo de acolhimento com classificação de risco é uma adaptação do modelo canadense para a realidade de Guarulhos e será utilizado em substituição ao sistema Manchester, de origem inglesa, atualmente em vigor. Construído por um grupo de trabalho formado em sua maioria por enfermeiros da Prefeitura e também das instituições parcerias que administram hospitais e UPAs, ele teve a validação de médicos especialistas em serviços de urgência e emergência.
Na capacitação desta quarta-feira, os médicos e enfermeiros saíram com a incumbência de treinar suas equipes para que todos os serviços de pronto-atendimento (PAs e UPAs), bem como hospitais, estejam atuando com o protocolo até 1º de julho próximo. Cada uma dessas unidades recebeu um banner com as novas diretrizes do sistema, além de apostilas que ficarão disponibilizadas nas salas de emergência e nos pontos de classificação de risco dos equipamentos de saúde.
Para a chefe da divisão técnica de apoio estratégico e regulatório da Urgência e Emergência, Viviane Haddad, responsável pela capacitação, o novo protocolo tem várias vantagens. Segundo ela, além de estabelecer a aferição dos sinais vitais, que o Manchester não previa, foram corrigidas algumas fragilidades para identificar agravos nas crianças, com a especificação de uma avaliação mais detalhada, bem como aprimorada a assistência para a detecção de casos de dengue.
“Agora o sistema de acolhimento com classificação de risco da Secretaria de Saúde é adequado à nossa realidade, ou seja, tem a cara de Guarulhos. Isso é um ganho muito grande para o município”, avaliou a especialista. O novo protocolo é resultado de um trabalho de revisão que teve início em outubro passado e contou com 24 encontros técnicos. “O Manchester é um ótimo protocolo, mas em Guarulhos não foi bem aceito pela classe médica por não aferir os sinais vitais, por exemplo”, explicou Viviane Haddad.
Objetivos
O objetivo principal da classificação de risco é realizar a identificação dos pacientes que precisam passar pelo médico com prioridade e aqueles que têm condições de aguardar por atendimento com segurança, contribuindo para redução do número de mortes, sequelas e internações. Trata-se de uma exigência legal nos serviços de Urgência e Emergência da rede pública e privada.
Para a gerente do PA Alvorada, Rosa Bertão, esse é um marco na Prefeitura de Guarulhos. “Não é em todo lugar que se cria um protocolo voltado para o município. Isso não tem preço”, destacou. Em dezembro passado, o novo protocolo foi implantado em fase de teste na UPA Paulista e PA Alvorada, além do Hospital Municipal da Criança e Adolescente e o Hospital Geral de Guarulhos.
A capacitação da rede faz parte da segunda etapa do processo, que ainda prevê a criação de um aplicativo para que o enfermeiro possa consultar o protocolo no próprio celular, além da versão para desktop e a edição impressa, que ficará disponível na unidade para consulta.