Estadão

Se BoJ tiver certeza sobre alta da inflação em 2024, pode mudar política, diz presidente

O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kazuo Ueda, afirmou nesta quarta-feira, 28, que a inflação no país ainda está abaixo da meta de 2%. Segundo ele, o BoJ deseja ver uma "alta consistente" nos preços, para então realizar mudanças em sua política monetária relaxada atual.

Ueda falou em painel do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra. Segundo ele, caso o BoJ tenha certeza sobre a alta da inflação em 2024, pode mudar sua política.

Atualmente, porém, o BC japonês projeta que a inflação cairá no Japão neste ano, com avanço a partir de 2024.

Ainda segundo Ueda, houve avanços nos salários no Japão, mas a alta ainda está em linha com o nível de inflação em 2%.

O iene, por sua vez, é monitorado "com cuidado", mas a moeda está sendo influenciada por fatores para além da política monetária, na opinião do presidente do BoJ.

<b>Atividade</b>

O presidente do Banco do Japão afirmou ainda que a economia do país "está indo muito bem". Ele comentou que a demanda reprimida na pandemia "está impulsionando a economia" japonesa.

Ueda também comentou que o BoJ acredita que a economia japonesa se expandirá acima de seu potencial "por algum tempo", nesse contexto.

<b>Bancos e liquidez</b>

O presidente do Banco do Japão afirmou que os bancos do país estão "bem capitalizados" e possuem "liquidez suficiente". A declaração foi dada enquanto o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, também demonstrava otimismo sobre a força do sistema bancário dos EUA.

Ueda disse que, caso o BoJ decida normalizar sua política monetária adiante, será preciso ter cuidado sobre os efeito disso sobre os bancos.

Ele também comentou, ao ser questionado sobre o quadro fiscal, que cabe ao governo manter as finanças em nível sustentável.

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