Ex-presidente nacional do PSDB e um dos decanos do partido, o senador Tasso Jereissati (CE) espera que o centro tenha "bom senso" e não se divida em várias candidaturas presidenciais em 2022. Para Tasso, isso poderá custar a presença no segundo turno do candidato do grupo.
"Acho que, se sair fragmentada, essa candidatura de centro vai ter problemas para ir para o segundo turno", disse Tasso ao <b>Broadcast</b>. "Espero que haja bom senso daqui até abril para que aqueles que estão menos favorecidos nas pesquisas possam se juntar no segundo turno numa candidatura só", avaliou o senador.
Tasso considera "legítima" a disposição do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de se apresentar como um dos pré-candidatos da chamada terceira via.
"Ele tem esse direito de se candidatar. Se sobressaiu em determinado momento e a candidatura dele é legítima", disse.
A preocupação de Tasso é justamente com o excesso de candidaturas com perfil de centro, como a do PSDB, além da de Moro, Rodrigo Pacheco, Luiz Henrique Mandetta, Luiz Felipe D avila, entre outros. "Se saírem várias candidaturas desse tipo, eu acho que é difícil chegar no segundo turno", previu.
Sobre a possibilidade de o PSDB vir, eventualmente, a apoiar Moro, Tasso acredita ser muito cedo para discutir e até avaliar esse assunto.
Para o senador cearense, o PSDB conseguiu dar um passo importante com a realização das prévias presidenciais. Ele acredita que o processo, que tem disputa acirrada entre o governador de São Paulo, João Doria, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, serviu para "acender" a militância tucana. Mas ele reconhece que, até então, o PSDB "estava encolhido".
"A disputa é boa. O que se pretendia com as prévias era fazer com que a militância voltasse a se integrar, a participar. Eu acho que isso foi despertado. Sem dúvida nenhuma, despertou a militância", afirmou.
"O partido estava encolhido. Evidentemente que, com os últimos resultados que tivemos, houve um certo adormecimento do partido. Mas eu acho que as prévias estão acendendo o partido", acrescentou Tasso, referindo-se à votação que ocorre hoje dentro do partido para a escolha do pré-candidato da sigla ao Palácio do Planalto em 2022.
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