O chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno, afirmou que, apesar da tensão entre os Poderes, não acredita em uma intervenção das Forças Armadas no País como forma de moderação. No entanto, em entrevista à <i>Rádio Jovem Pan</i>, o ministro foi questionado sobre o artigo 142 da Constituição, que versa sobre essa interferência para garantir os poderes constitucionais. Ele pontuou que o ideal é que não venha a ser utilizado. "Mas se existe no texto constitucional, é sinal de que pode ser usado", completou.
Para ele, o clima tenso entre os Poderes não é aconselhável e é necessário ter a preocupação para que não se cometa excessos. "Acho importante que nós busquemos um ponto de equilíbrio, que tenhamos a preocupação de não cometer excessos, nenhum dos Poderes", disse, na entrevista realizada nesta segunda-feira (16). Apesar do momento, Heleno diz que a intervenção poderia ocorrer apenas em momento mais grave. "Na situação atual, espero que não seja empregado, que não precise ser empregado, jamais."
De olho na governabilidade do presidente Jair Bolsonaro, Heleno avalia que o relacionamento e negociações entre o chefe do Executivo com o Congresso são "fundamentais". Na campanha eleitoral de 2018, no entanto, Heleno se envolveu em uma polêmica ao cantar "se gritar pega o Centrão, não fica um meu irmão".
Agora, segundo ele, a aproximação do governo com o Centrão, para além da nomeação de nomes, é normal dentro da política. "Não é uma novidade nem excentricidade. Não adianta ele presidente brigar com todo mundo. Essa negociação é fundamental e não é pelas escolhas de nomes que vai se determinar um setor do Congresso" disse. "Uma aliança é necessária, senão você não governa".
Em defesa de uma política de centro e equilibrada, o general afirma o Brasil não pode ser radical de esquerda e nem radical de direita. "É importante para esse equilíbrio no poder", concluiu.