O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 26, que se o Banco Central não promover nenhuma redução na taxa Selic na próxima semana "vai surpreender o mundo".
"Se não acontecer nada no próximo Copom, isso vai surpreender o mundo, não vai surpreender o Brasil. Vai surpreender o mundo. Um país que está com a inflação menor que a americana e europeia, praticar uma política monetária dessa, qual é o objetivo disso?", disse, em entrevista ao portal <i>Metrópoles</i>.
Haddad alertou que a manutenção dos juros em 13,75% ao ano pode começar a erodir o trabalho que o Ministério da Fazenda tem feito e voltou a repetir que política fiscal e monetária precisam estar em harmonia.
Questionado sobre a indicação para a presidência do Banco Central em 2025 e se Gabriel Galípolo, ex-número 2 da Fazenda e atual diretor de política monetária do BC, é uma opção, Haddad disse que essa decisão cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Haddad reiterou que Galípolo é qualificado e preparado não apenas para essa função. "Galípolo é uma grata surpresa para a política. Uma pessoa que nunca participou da vida pública e teve uma estreia muito enriquecedora", disse.
Na avaliação do ministro, sempre é bom saber conversar e o presidente do BC precisa se comunicar bem e transmitir ideias complexas de forma simples e segura. Os papéis técnico e político precisam coexistir na mesma pessoa. Haddad reiterou que o presidente do BC precisa ter atributos políticos, no bom sentido da palavra.