Boa parte das obras não concluídas e que ainda estavam em andamento da antiga faixa 1 do Minha Casa Minha Vida – segmento que foi extinto na atual gestão do governo federal – deve ser paralisada a partir do ano que vem por falta de recursos. Esta faixa era voltada para famílias mais pobres, com renda de até R$ 2.400.
A previsão foi feita nesta quinta-feira, 22, pelo economista-chefe do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Celso Petrucci, em painel durante o Summit Imobiliário, evento organizado pelo <b>Estadão</b> em parceria com o Secovi-SP.
"Não vemos um risco de paralisação de obras. Nós vemos uma certeza, isso sim. Estamos muito tristes com isso que aconteceu", disse Petrucci.
A previsão decorre da proposta de orçamento preparada pelo Poder Executivo para 2023, que conta com uma reserva de apenas R$ 34,2 milhões para o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que banca a construção de casas subsidiadas pelo governo neste segmento.
Petrucci estima que há aproximadamente 130 mil casas em fase de construção, além de outras cerca de 30 mil unidades que se mantinham paralisadas. A execução disso tudo demandaria em torno de R$ 800 milhões.
Esses projetos foram lançados nas gestões anteriores do governo federal, mas foram interrompidas nos idos de 2015 e 2016 por falta de dinheiro nos cofres públicos em meio à recessão econômica. "Nós temos obras paralisadas que não foram retomadas e nem serão. E temos obras retomadas que agora serão paralisadas", sintetizou Petrucci.
"Tem sido feito um diálogo forte com governo federal para que haja recursos que possam suprir ao menos as obras que foram retomadas", comentou. "É muito triste isso. Ainda mais com verbas de orçamento exageradas para uma série de outras coisas. Deveria ter tido mais consciência (do governo federal) e não paralisar novamente essas obras".