Por iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, o clássico entre Guarani e Ponte Preta, marcado para segunda-feira, será disputado com os portões fechados. O Dérbi 196 está marcado para o estádio Brinco de Ouro da Princesa, pela 10.ª rodada do Campeonato Paulista. Se sentindo prejudicado, o Guarani promete recorrer à Justiça.
A reviravolta aconteceu nesta tarde e surpreendeu muita gente. Após o almoço, um comunicado da Federação Paulista de Futebol (FPF) garantia que todas as partidas no interior de São Paulo seguiriam sendo disputadas com presença de público, mas uma nova reunião definiu o contrário.
A iniciativa foi da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, que reuniu os presidentes dos dois rivais com secretários das pastas de Saúde e Esporte na Prefeitura. A determinação é disputar o jogo com portões fechados. "É uma determinação e não uma recomendação", bradou o secretário Carmino de Souza, lembrando que já existe um caso confirmado na cidade. "Vamos baixar uma portaria da secretaria de Saúde, que como autoridade sanitária, vê esta como a melhor solução. A portaria é um instrumento jurídico para legalizar nossa medida", reforçou Carmino de Souza.
Nem mesmo a imprensa de Campinas terá acesso à partida e apenas a Rede Globo, que é detentora dos diretos de transmissão do Campeonato Paulista, vai enviar profissionais para o Brinco de Ouro, a exemplo do que vai acontecer também nas partidas disputadas na capital.
GUARANI VAI À JUSTIÇA – Mas a medida desagradou totalmente a direção do Guarani, que promete recorrer judicialmente para não ter prejuízos financeiros e técnicos. O presidente Ricardo Miguel Moisés não escondeu sua decepção. "O Guarani está triste com a decisão. Não dá para entender uma medida no dérbi, sem que o mesmo ocorra em outras atividades como o comércio e os shoppings. Nós vamos nos reunir com nosso departamento jurídico e ver qual medida podemos tomar contra a decisão da prefeitura."
O Guarani se sente prejudicado porque este jogo seria com torcida única. Cerca de dez mil ingressos já estavam vendidos e a previsão era chegar aos 15 mil torcedores.
O presidente da Ponte Preta, Sebastião Arcanjo, considerou a decisão "de caráter preventiva". E acredita que "não vai ocorrer nenhuma vantagem para este ou aquele time". "A Ponte Preta já atuou em condições adversas, sem torcida ou com portões fechados e fomos ao campo normalmente. É uma circunstância pelo momento que vive o país e o mundo", completou.