O secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, disse que os professores da rede não terão reajuste salarial neste ano. O congelamento dos vencimentos, diz ele, é motivado pela crise econômica e pela queda nas receitas do governo. Entre março e junho, a categoria fez uma greve de 89 dias por aumento – a maior da história da rede.
“Não terei aprovação da equipe econômica do governo (para um reajuste)”, afirma o secretário. De acordo com Voorwald, “há uma impossibilidade orçamentária de reajuste neste ano”, mas já é discutida com o governo a proposta de aumento salarial para 2016.
Na gestão anterior do governador Geraldo Alckmin (PSDB), entre 2011 e 2014, o secretário apresentou proposta de reajuste salarial para os quatro anos. Neste mandato, porém, ele reconhece que isso não será possível diante da incerteza econômica. “É preciso que todos entendam o momento pelo qual o País está passando.”
Segundo ele, após reorganizar a rede, serão chamados os 29 mil remanescentes do concurso para professores do 2º ciclo do ensino fundamental – que abriu 59 mil vagas. Apesar da restrição de contratações imposta por Alckmin neste mês, Voorwald também pretende, no ano que vem, abrir concurso para quase 1,5 mil diretores.
Reação
O secretário reconhece que a reorganização da rede vai provocar “forte reação sindical.” O diálogo com a categoria deve ser dificultado pelo reajuste zero de salários.
Presidente da Apeoesp, maior sindicato da categoria, Maria Izabel Noronha afirma que os docentes vão se mobilizar novamente. “Fomos acusados de pedir reajuste muito alto e na hora errada”, diz. “Agora eles (Alckmin e Voorwald) vão enfrentar outra greve. Os professores estão insatisfeitos e não vão ficar quietos”, acrescenta.
A redistribuição das etapas pelas escolas também deve causar mudanças no contingente da rede nos próximos anos. A quantidade de professores temporários, por exemplo, deve cair.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.