Em uma atitude inédita, o secretário de Estado da Educação, o professor Herman Voorwald, se reuniu, quinta-feira, com cerca de 1.600 profissionais da rede, na sede da Universidade de Guarulhos (UNG), na região central, para apresentar e debater um novo modelo de reorganização dos ensinos fundamental e médio, com foco em uma proposta diferenciada do modelo de progressão continuada.
Com uma postura mais humana do que política, o secretário se mostrou aberto ao diálogo e a sugestões da categoria e recebeu, inclusive, um documento com reivindicações de aumento de salário, revisão do plano de carreira e melhorias no programa de valorização profissional, com a promessa de análise.
Durante a primeira, das 15 reuniões previstas para serem realizadas em todo o Estado, o secretário defendeu um modelo de progressão continuada que permita aos alunos o aprendizado sem defasagem no ensino, com avaliações contínuas, possivelmente bimestrais, e recuperação constante por meio de aulas de reforço durante o ano letivo.
No modelo apresentado pela SEE, seria realizada a reorganização dos ciclos de progressão continuada do Ensino Fundamental em três, sendo o primeiro com duração de três anos (para alunos com 6, 7 e 8 anos de idade); o segundo com duração de dois anos (9 e 10 anos de idade) e o terceiro com quatro anos de duração (11 aos 14 anos de idade).
"Diagnosticar e permitir um modelo de recuperação contínua dos conteúdos que o aluno não adquiriu no decorrer do ano é a maneira correta de garantir a formação. Aos alunos com defasagem no aprendizado deverão ser oferecidos estudos de recuperação, a serem estruturados de acordo com as condições de cada escola. E são essas condições que viemos discutir hoje, aqui", explicou o secretário.
De acordo com ele, uma das possibilidades é de que a recuperação ocorra no contraturno escolar, nas unidades de ensino em que houver salas disponíveis. Já nas escolas sem disponibilidade de espaço, elas podem ocorrer em períodos previamente agendados. "Podemos fazer uma pausa de uma semana no ciclo regular para aplicar a recuperação nesses meninos, enquanto que os alunos com desempenho adequado poderão ter outras oportunidades de diversificação curricular", explicou o secretário.
Ele adiantou, entretanto, que as mudanças aprovadas ao final do processo de discussão, somente poderão ser aplicadas em 2012, uma vez que o ano letivo começou.