Apesar das divergências entre a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, reafirmou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoia a agenda do ministro. "Foi uma agenda que ele apresentou para o presidente antes de assumir o Ministério", disse. "E essa agenda tem recebido todo o suporte do governo e do presidente".
Gleisi tem, reiteradamente, repetido que o governo não deveria se preocupar com o resultado fiscal em 2024 e poderia permitir um déficit primário equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Haddad e a equipe econômica defendem déficit zero como meta para o próximo ano.
Segundo o secretário, em defesa de Haddad, o processo de desinflação do Brasil está "à frente da maioria dos países" e o trabalho do ministro, além de correto, superou "em muito" as expectativas do mercado.
Em evento promovido pela XP, Mello disse que o Brasil está conseguindo desinflacionar a economia e afrouxar juros mesmo com instabilidade externa.
A agenda, continuou, "ataca o rombo" de mais de R$ 600 bilhões – valor que, nas contas do governo, equivale à renúncia de receitas por causa de desonerações tributárias – e corrige distorções. "A agenda econômica se mostrou correta; resultados estão aparecendo e é só perseverar nela", disse.
Mello também avaliou que, com o tempo e com correções de distorções, "vamos conseguir superávit primário".
Para ele, parte deste esforço fiscal "será colhido em benefícios no ano que vem".