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Segunda temporada de Desalma promete respostas mas com novos mistérios

A arte da atuação é algo complexo, desafiador, e afinal, não é como mudar de roupa, você precisa entender o personagem que vai interpretar e assumir aquela personalidade, com tudo que ela exige como as características. Alguns artistas exibem certa maestria em se diversificar nos palcos, ou nas telas. Malu Galli, certamente, é uma dessas atrizes que conseguem sair de um papel e entrar em outro com facilidade.

E é isso que Malu mostra agora, ao estar no ar como a valente Violeta, na novela Além da Ilusão, e a partir desta quinta, 28, poderá ser vista em situação diferente na segunda temporada da série Desalma, que estreia no <i>Globoplay</i>. Em conversa com o <b>Estadão</b>, por telefone, Malu analisa suas duas personagens atuais e as conecta com a sociedade atual.

Chegando agora para integrar o elenco da segunda temporada de Desalma, série criada por Ana Paula Maia e com direção de Carlos Manga Jr., Malu é Mykhaila, que retorna de um exílio de 30 anos, após ter de sair fugida de Brígida, cidade onde se passa a história.

Mykhaila está de volta para retomar sua vida e rever o filho, Pavlo (Gabriel Muglia), que foi obrigada a deixar aos cuidados da irmã, Haia (Cássia Kis). "Ela sai fugida de Brígidia, porque estava havendo uma perseguição às chamadas bruxas, e ela é tida como uma delas", revela Malu. "Passa 30 anos na Ucrânia, então volta para se explicar ao filho e ajudar a irmã na empreitada que está empreendendo." A Mykhaila, enfatiza a atriz, era uma mulher livre. "É também tida como bruxa e por isso mesmo perseguida, o que faz com que seja obrigada a fugir", diz.

<b>Suspense</b>

Na primeira temporada, Desalma chegou com uma trama cheia de mistérios e suspense e seguirá nessa mesma linha agora, contando com a fotografia e cenários sombrios e assustadores. Nessa pequena cidade do sul do País, habitada por descendentes de imigrantes ucranianos, fenômenos sobrenaturais marcam a vida das pessoas. Aliás, a cidade fictícia da série tem como inspiração as colônias ucranianas das cidades paranaenses de Prudentópolis e Mallet.

Desde o início de Desalma, a história tem como ponto central a morte, 30 anos atrás, da jovem Halyna, filha de Haia, durante a tradicional noite da celebração de Ivana Kupala, que é uma festa pagã eslava. A partir desse misterioso assassinato, todos ali ficam ligados de alguma forma, pois o segredo guardado tem conexão com as famílias envolvidas.

Nesta nova temporada, o que se sabe é que segredos serão revelados, mas outros vão surgir. Além da personagem de Malu, Mykhaila, outros serão apresentados, como o bruxo centenário Traian Troader, interpretado por Fábio Assunção.

<b> Além da Ilusão </b>

Malu Galli enxerga sua personagem na novela das 6, Além da Ilusão, como uma mulher forte, que precisou superar a perda de uma filha para seguir adiante, mesmo com todos os problemas que surgiram, como a saúde mental do marido. No folhetim escrito por de Alessandra Poggi, Malu interpreta Violeta. Sobre a personagem, a atriz afirma se tratar de "uma mulher admirável, resiliente, com capacidade de encontrar soluções, de lutar e nunca desistir, de fazer o que ela acredita".

Em uma sociedade dos anos 1940, período em que a novela é ambientada, Violeta mostra um posicionamento bastante atual em relação aos direitos das mulheres e dos funcionário da tecelagem. "Ela só é um pouco destemperada, tem pouca paciência, mas isso a torna mais humana e traz um lado mais cômico, não ficando só no drama", conta.

Violeta, conta Malu, é muito amorosa e, apesar de toda a luta que enfrenta, continua sendo alegre e tendo fé nas coisas. "Com a morte da filha Elisa, ela se torna uma mãe solo, pois cria a Isadora, com a ajuda de sua irmã, Heloísa (Paloma Duarte), uma realidade que as mulheres brasileiras passam, de ter de contar com o auxílio de uma mãe, uma irmã." Com relação ao romance da personagem com Eugênio (Marcello Novaes), a atriz afirma que isso mostra "que Violeta é uma mulher de carne e osso".

Quatro perguntas para a escritora Ana Paula Maia, autora da série desalma :

<b>Como foi entrar na cultura ucraniana e daí gerar uma história tão densa como Desalma? Era uma cultura que você já tinha proximidade?</b>

Foi uma experiência profunda e intensa. Gosto do Leste Europeu e já visitei alguns países de lá, tendo dois livros publicados na Sérvia. Porém, ainda não visitei a Ucrânia. Enfim, acredito que o ponto em comum são as igrejas ortodoxa de rito bizantino existentes nessa região. Possuem uma atmosfera densa, sombria. Os ícones ucranianos são únicos. Ambiente perfeito para uma história carregada de misticismo. O fato de eu morar em Curitiba nos últimos anos também me aproximou da cultura ucraniana.

<b>Como criou a personagem Mykhaila, ela trará segredos que mexerão com o povoado? O que podemos esperar dela?</b>

Mykhaila é uma figura importante. Uma mulher que precisou deixar sua cidade por causa de uma caça às bruxas ocorrida em 1989, logo após a morte de sua sobrinha Halyna. Conhecer a história de Mykhaila é conhecer um pouco mais dos moradores de Brígida.

<b>Criar uma história de suspense como esta, de onde vem sua afeição pelo gênero?</b>

Minha afeição pelo gênero começou ainda na infância. É meu gênero favorito. Mexe com os nervos, com a imaginação. Gosto dos desafios de um bom suspense.

<b>A segunda temporada abre caminho para uma terceira? Já tem ideia para uma continuação?</b>

Temos uma segunda temporada cheia de respostas e também de novas perguntas. Novos caminhos se abrem como trilhas obscuras na floresta que margeia a cidade de Brígida. Quanto à ideia para uma continuação, claro.

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