Há pouco mais de 25 anos o Brasil teve um programa de economia de combustível muito interessante. A Secretaria de Tecnologia Industrial, vinculada ao então Ministério da Indústria e Comércio, propôs uma espécie de pacto para que todos os fabricantes aqui instalados, em meados dos anos 1980, melhorassem a eficiência dos motores e, por consequência, o consumo de etanol e de gasolina.
Batizado singelamente de Peco – Programa de Economia de Combustíveis –, alcançou sucesso nos três anos em que vigorou. Os quatro fabricantes da época – Fiat, Ford, GM e Volkswagen – cumpriram as metas de redução de 5% do consumo. A cartilha Escolha Certo listava todos os modelos à venda e as metas, ano a ano. Numa época em que ainda não existia o Código de Defesa do Consumidor, criado em 11 de setembro de 1990, foi uma iniciativa importante em favor dos proprietários de automóveis.
O Peco se inspirou em programa semelhante iniciado nos EUA, em 1973, gerado pelo primeiro choque dos preços de petróleo. Lá se criou a CAFE, sigla em inglês para Média Corporativa de Consumo de Combustível, em tradução adaptada. Fabricantes deviam cumprir metas de redução de consumo para a média de todos os modelos à venda.
Os EUA sempre usaram combustíveis com incidência muito baixa de imposto, ao contrário da Europa, Japão e outros países dependentes de petróleo importado. Agora, quer diminuir drasticamente a sua vulnerabilidade. Além disso, o único modo de combater a emissão de gás carbônico (CO2), principal vilão do efeito estufa e de aquecimento do planeta, é diminuir o consumo de combustíveis fósseis (gasolina e diesel). Assim, ao mesmo tempo, atende as preocupações ambientais.
Uma estratégia seria aumentar o imposto sobre os combustíveis. Outra, a escolhida, impor metas de eficiência aos veículos. A CAFE atual já exige aumento da autonomia de 11,5 km/l para 15 km/l, até 2016. O governo acaba de aprovar uma meta bastante ousada. De 2017 até
Outros fabricantes e importadores acabaram concordando. Volkswagen/Audi e Mercedes-Benz protestaram por aliviar os modelos mais pesados e gastadores, além de desestimular motores a diesel. Esqueceram que estes são caros e só se viabilizam com preços elevados de combustíveis, execrados pelos clientes. A BMW, ao contrário, apoiou a decisão.
O governo calcula que cada veículo acumulará, em média, US$ 8 mil (R$ 13 mil) de economia com combustível até 2025. Porém, reconhece que os automóveis podem encarecer mais do que esse valor e aceitou reavaliar. Em 2018, analisará os impactos nos custos de produção e nas vendas (os carros deverão ficar menores), além das dificuldades tecnológicas e até de segurança passiva.
É chegado o momento também de ressuscitar o Peco brasileiro, em benefício do consumidor. O programa, com metas menos radicais e compensações fiscais já previstas, poderia melhorar a eficiência dos motores e dos veículos em prazos negociados e passíveis de revisão.
RODA VIVA
RITMO das vendas caiu
GOVERNO Federal anunciou novo regime automobilístico para estimular produção nacional, eficiência e inovação. Na verdade, não definiu o que entende por inovação, deixando mais dúvidas do que certezas no ar. Valerá por um prazo de cinco anos e trará incentivos fiscais dentro da longa cadeia produtiva do setor. Objetivo: controlar custos e recuperar capacidade exportadora.
FORD oferece, desde maio, o Fusion mexicano com tração apenas dianteira por R$ 94.360,00 ou R$ 9.000,00 abaixo da versão 4×4. O médio-grande ficou mais leve e o motor V6/243 cv proporciona boa agilidade. Mas sem a emoção de um turbo moderno, como o Ecoboost de até 340 cv. Sistema de comunicação Sync é ponto alto. Falta memória de ajuste do banco elétrico do motorista.
PREÇO convidativo – R$ 58.800 (versão de cinco lugares) e R$
CONGRESSO Fenabrave (
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