Seis pessoas morreram e outras 26 ficaram feridas após um carro atingir uma multidão reunida para um carnaval na cidade de Strépy-Bracquegnies, no sul da Bélgica, na manhã deste domingo, 20. Segundo as autoridades, o incidente não aprece se tratar de um ataque terrorista.
O incidente aconteceu por volta das 5 horas locais (1 hora de Brasília). "Um carro em alta velocidade atropelou a multidão que se reuniu para participar do carnaval", informou à agência de notícias Belga Jacques Gobert, prefeito de La Louvière, uma cidade não muito distante da fronteira francesa e da qual o vilarejo de Strépy-Bracquegnies depende.
De acordo com um comunicado do prefeito, um grupo de cerca de 100 pessoas que havia se reunido para o carnaval acabava de deixar o ginásio Omnisports para ir ao centro do vilarejo quando um veículo avançou no meio da multidão.
"No estado atual da investigação, sabemos que um veículo atropelou um grupo e lamentamos seis mortes, 26 feridos, incluindo dez pessoas cujas vidas estão atualmente em perigo", declarou o procurador-adjunto do rei, Damien Verheyen, durante uma coletiva de imprensa. "Neste estágio, não há elementos que sugiram que o ataque teve motivação terrorista", completou.
A polícia negou relatos da mídia de que o carro estava envolvido em uma perseguição em alta velocidade.
As duas pessoas que conduziam o carro, que foi posteriormente interceptado, foram detida. A polícia disse que eles eram moradores locais na faixa dos 30 anos e não eram conhecidos anteriormente pela polícia.
"Notícias horríveis de Strépy-Bracquegnies", lamentou no Twitter o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo. "Uma comunidade que estava se reunindo para festejar foi atingida em cheio no coração."
E acrescentou: "Meus pensamentos vão para as vítimas e seus entes queridos. Todo o meu apoio também vai para os serviços de emergência por sua ajuda e assistência prestada."
Na Bélgica, as cidades e vilarejos organizam muitos desfiles de rua para o carnaval, os mais conhecidos em Binche e Aalst. Como o de Binche, o carnaval de Strépy-Bracquegnies recebe participantes fantasiados, os "Gilles", convocados de manhã cedo para participar do desfile.
"O que era para ser uma festa se transformou em tragédia. Estamos monitorando a situação de perto", tuitou a ministra do Interior, Annelies Verlinden. "Minhas sinceras condolências às famílias e amigos daqueles que morreram e ficaram feridos no incidente ocorrido esta manhã em Strépy", acrescentou.
A Bélgica tentou erradicar pessoas suspeitas de ligações militantes nos últimos sete anos. Uma célula do Estado Islâmico com sede em Bruxelas esteve envolvida em ataques a Paris em 2015 que mataram 130 pessoas e a Bruxelas em 2016, nos quais 32 morreram.
Atirar veículos contra multidões se tornou uma arma comum usada por militantes na Europa e supremacistas brancos nos Estados Unidos porque esses ataques são baratos, fáceis de organizar e difíceis de serem evitados pelas autoridades, dizem especialistas.
Na vizinha Alemanha, em 24 de fevereiro de 2020 em Volkmarsen, um homem dirigiu seu veículo propositalmente contra a multidão durante um desfile de carnaval, ferindo cerca de 90 pessoas, incluindo crianças. Ele foi condenado em dezembro passado à prisão perpétua.
A Alemanha foi atingida pelo ataque jihadista mais mortífero em seu solo em 19 de dezembro de 2016, quando um motorista dirigindo um caminhão matou 12 pessoas e feriu dezenas em um mercado de Natal em Berlim. <i>COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS</i>