Os jogos das 3.ª e 4.ª rodadas das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2022 serão marcados por dezenas de desfalques por lesão em meio a um calendário apertado devido à pandemia da covid-19. As seleções do continente não poderão contar com mais de 20 de seus principais jogadores, incluindo nomes de peso como Neymar, Philippe Coutinho, Guerrero, Agüero e Falcao Garcia.
Os campeonatos na Europa, onde atua a maior parte dos jogadores convocados para as seleções sul-americanas, estão tendo partidas, em média, a cada três dias. O site especializado Premier Injuries, por exemplo, publicou reportagem na qual mostra que ocorreram 78 lesões musculares nas primeiras cinco rodadas do Campeonato Inglês, 42% a mais que no mesmo período do ano anterior. Na Espanha também foram 78 lesões nos primeiros 50 dias de competição.
"Temos de nos reinventar a todo momento, devido a perdas de jogadores por covid ou lesões de muitos jogos. Não somos máquinas", reclamou o zagueiro brasileiro Thiago Silva, que joga no Chelsea, da Inglaterra, e está com a seleção brasileira em Teresópolis (RJ).
O Brasil enfrentará a Venezuela nesta sexta-feira, em São Paulo, sem Neymar, Philippe Coutinho, Fabinho e Rodrigo Caio, todos machucados. O técnico Tite também não terá Casemiro, Alex Telles e Eder Militão, infectados pelo novo coronavírus. Neymar se recupera de lesão na coxa esquerda e a comissão técnica espera que o atacante se recupere a tempo de jogar contra o Uruguai, na semana que vem, em Montevidéu. Ele faz tratamento em três períodos para tentar acelerar a sua recuperação.
E o ritmo frenético de partidas na Europa vai continuar. O Campeonato Inglês, por exemplo, terá nove jogos entre 21 de novembro e 2 de janeiro. As equipes inglesas que participam de competições europeias disputarão ainda mais três jogos adicionais, além das quartas de final da Copa da Liga Inglesa. Na França, serão sete datas do campeonato nacional até janeiro e a Alemanha não terá nesta temporada a tradicional paralisação de inverno do fim de ano. O técnico francês Didier Deschamps chegou a defender a redução do Campeonato Francês de 20 para 18 times para liberar datas em um calendário tão sobrecarregado.
Na Argentina, Lionel Messi deve enfrentar Paraguai e Peru, mas não está 100% fisicamente. O craque sofre com dores no tornozelo esquerdo há algumas semanas e, inclusive, começou no banco de reservas a partida do Barcelona contra o Betis, pelo Campeonato Espanhol, no último fim de semana. Sem lesão, mas com uma infecção urinária, Paulo Dybala foi cortado da seleção argentina.
Já o Uruguai, do técnico uruguaio Óscar Tabárez, terá de recorrer a jogadores locais para enfrentar a Colômbia. Isso porque Federico Valverde (Real Madrid), Maximiliano Gómez (Valencia), Sebastián Coates (Sporting Lisboa) e Martín Silva (Libertad, do Paraguai) estão machucados. Por não conseguir mais cumprir os prazos necessários para convocar jogadores de times estrangeiros devido às restrições da pandemia, a comissão técnica precisou convocar jogadores que atuam no futebol uruguaio.
"Estamos mais prejudicados. Na Colômbia eles têm a lesão de Falcao, mas ele não foi titular em nenhuma das partidas e somente entrou no final delas", disse Tabárez.
O Brasil lidera as Eliminatórias Sul-Americanas com seis pontos, após duas vitórias: sobre Bolívia (5 a 0) e Peru (4 a 2). A Argentina tem o mesmo número de pontos, mas um saldo inferior.
<b>Confira os principais desfalques por lesão nas seleções sul-americanas:</b>
CHILE – Gary Medel e Charles Aránguiz;
URUGUAI – Federico Valverde, Maximiliano Gómez, Sebastián Coates e Martín Silva;
ARGENTINA – Marcos Acuña, Germán Pezzella, Juan Foyth, Sergio Agüero e Eduardo Salvio;
BRASIL – Philippe Coutinho, Fabinho, Rodrigo Caio e Neymar;
COLÔMBIA – Falcao Garcia, Santiago Arias, Stefan Medina e Jhon Córdoba;
PERU – Guerrero;
PARAGUAI – Lorenzo Melgarejo, Andrés Cubas, Gatito Fernández e Blas Riveros.