Estadão

Seleção argentina desembarca em Buenos Aires com taça nas mãos e festa da torcida

Com Lionel Messi segurando a taça nas mãos, a seleção da Argentina desembarcou em Buenos Aires na madrugada desta terça-feira, dois dias depois de vencer a final contra a França, na Copa do Mundo do Catar. Decorado com o slogan "Uma equipe, um país, um sonho", o avião dos campeões mundiais pousou às 2h40 no Aeroporto Internacional de Ezeiza. Na capital argentina, milhares de torcedores esperavam para começar as comemorações pela terceira estrela da alviceleste.

A delegação fez uma parada em Roma antes de seguir para Buenos Aires. Durante o voo, a taça da Fifa passou de mão em mão para fotos e teve até um assento própria, presa pelo cinto de segurança. Os jogadores festejaram durante boa parte da viagem de volta para casa. Herói da equipe, Lionel Messi era um dos mais entusiasmados na chegada.

Ao som do popular "Muchachos", o "hino" da Argentina nesta Copa, Messi saiu do avião levantando o troféu ao lado do técnico Lionel Scaloni. Os jogadores foram recebidos com tapete vermelho na pista e embarcaram em um ônibus aberto, de dois andares, no qual seguiram até o campo de treinamento da Associação de Futebol Argentino (AFA), a poucos quilômetros do aeroporto.

Os jogadores passaram boa parte da madrugada neste mesmo local e, a partir do meio-dia, devem seguir em caravana até o Obelisco, monumento histórico localizado na Praça da República de Buenos Aires. Os atletas vão desfilar novamente em carro aberto. Uma multidão é esperada no local. Já se fala na maior manifestação popular da Argentina.

O governo argentino decretou feriado nacional nesta terça-feira para que a população possa "expressar a sua mais profunda satisfação" pela vitória no Catar. O novo título mundial é festejado 36 anos depois do conquistado em 1986, que se somou ao de 1978, e depois de duas finais perdidas (1990 e 2014).

Apesar da hora, milhares de pessoas estavam na estrada para receber os campeões nesta madrugada. Os torcedores mais ansiosos começaram a chegar quase 12 horas antes do horário previsto para o pouso da aeronave. Eles povoaram os 10 quilômetros que separam o aeroporto das instalações da AFA com as cores azul claro e branco. Entre tambores, bandeiras argentinas e camisas com o selo 10 de Messi, famílias inteiras passaram a noite tentando encontrar um lugar para ver, mesmo que brevemente, a passagem de seus ídolos.

Para mais um dia de comemorações, espera-se que o Obelisco de Buenos Aires volte a ser o epicentro das festividades e o local onde os jogadores chegarão em um ônibus especial que percorrerá a artéria central. Nos 30 quilômetros que separam o aeroporto internacional do centro da capital, foi implantada uma operação de segurança com desvios de trânsito e postos policiais para evitar excessos.

Desde a final da Copa que sagrou a Argentina campeã, as comemorações na capital argentina não param. Segundo cálculos da polícia local, mais de 1 milhão de pessoas já passaram pelo centro de Buenos Aires para festejar o terceiro título mundial. No domingo, uma enorme "procissão" azul e branca tomou conta da cidade. A mobilização foi a antecipação da festa que está prevista para esta terça-feira com o desfile dos campeões.

A previsão dos organizadores é que o carro com os jogadores e comissão técnica volte ao centro de treinamento depois de percorrer o centro da cidade, num percurso ainda sem detalhes. Já a possibilidade de os jogadores visitarem a Casa Rosada, sede do governo argentino, e acenar para os torcedores da varanda com vista para a histórica Plaza de Mayo, parece fora de questão, de acordo com um anúncio da própria AFA.

"O elenco de campeões mundiais sairá terça-feira ao meio-dia para o obelisco para comemorar o título mundial com a torcida. Sim, somos CAMPEÕES MUNDIAIS!", informou a AFA em seu perfil no Twitter. Tanto por ocasião das vitórias de 1978 como de 1986, os campeões saudaram o povo da sacada da Casa Rosada.

"O presidente Alberto Fernández ofereceu ao time a Casa Rosada para fazer o mesmo que em 1986", explicou o ministro da Segurança, Aníbal Fernández, que deixou a decisão com os jogadores e com a AFA.

Em meio à polêmica sobre se os jogadores vão ou não se encontrar com o presidente da Argentina, o único representante do governo na chegada do avião foi o ministro do Interior, Eduardo de Pedro, que acompanhou o chefe da Aerolíneas Argentinas, Pedro Ceriani. No entanto, não houve cumprimento formal entre autoridades e jogadores.

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