Na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai se reunir, em meio ao processo de desancoragem das expectativas de inflação e com ruídos na condução da política fiscal, o mercado elevou a projeção da Selic para 2024 para 10,50% ao ano, de 10,25% da última semana. Há um mês, o patamar era de 10,00%. Considerando apenas as 109 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 passou de 10,25% para 10,50% ao ano.
O Copom abandonou o forward guidance da reunião de março e cortou a Selic em 0,25 pp, para 10,50% ao ano em maio. A decisão dividida do colegiado deixou os indicados pela gestão Lula do lado que seguiria a sinalização de redução de 0,50 pp, enquanto os diretores que já estavam no BC antes deste governo optaram por diminuir o ritmo de cortes neste momento. Na ata, houve um grande movimento para explicar que a divergência se deu pela avaliação do custo reputacional de abandonar a sinalização.
Ao justificar a decisão, o BC disse entender que ela é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2025. Nesta, o Comitê volta a se reunir para definir o rumo da taxa básica de juros. A posição majoritária do mercado é de que o Comitê vai interromper o ciclo de cortes e manter a Selic em 10,50%, que deve ser o patamar terminal deste ano.
No Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 17, a projeção para a Selic no fim de 2025 passou de 9,25% para 9,50%, ante 9,00% de há um mês. Considerando apenas as 108 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2025 passou de 9,25% para 9,50% ao ano.
Para 2026, a projeção continuou em 9,00%, como já estava também há cinco semanas. Para 2027, a estimativa seguiu da mesma forma em 9,00%, mesmo patamar de um mês atrás.