Cidades

Sem acordo, moradores do Boa Vista vão para outra invasão

Após diversos pedidos de ajuda às autoridades de Guarulhos, inclusive ao prefeito Sebastião Almeida (PT) que prometeu não desampará-los, moradores da Comunidade Boa Vista, na região do Taboão, decidiram sair da área onde viviam e estão se abrigando em outra invasão no Parque das Alianças, na mesma região. 
 
Jonas Razzu, um dos moradores, contou que a comunidade se reuniu e tomou a decisão de desocupar o local, já que não seria possível reverter a ordem judicial que permite a reintegração de posse. “Conversamos com a PM e conseguimos adiar a reintegração para depois das festas de fim de ano”, explicou. Logo depois do Natal, a Polícia Militar esteve no local acompanhando trabalhadores dos donos da área que iniciaram a demolição de casas já desocupadas. 
 
Enquanto esperam pela por uma solução ou a contemplação em programas habitacionais, os moradores estão procurando casas de aluguel ou se abrigando em uma ocupação no Parque das Alianças, na mesma região, onde acreditam ter mais chance de conseguir um acordo com o proprietário. “Nós sabemos que já perdemos o processo para permanecer no Boa Vista, mas acreditamos que neste novo local temos uma possibilidade maior de negociar com o proprietário”, disse. 
 
Até esta quarta-feira (6), apenas 10% dos moradores haviam deixado suas casas. “Os moradores que ainda não saíram estão com suas coisas arrumadas ou quase tudo pronto, mas sairemos pacificamente”, explicou. Segundo Razzu, os moradores não pretendem resistir à chegada da polícia ou realizar protestos após o cumprimento de reintegração de posse.
 
No dia 30 de dezembro, o GuarulhosWeb registgrou depoimentos de moradores que alegavam uma ação errada da polícia, realizando a reintegração de posse fora da data estipulada. Na data, o Batalhão da PM responsável pela área admitiu que esteve no local, porém apenas para garantir que trabalhadores pudessem retirar materiais de casas já desabrigadas.
 
Nesta quarta-feira (6) o 15º Batalhão da PM declarou que a reintegração está agendada para o primeiro semestre de 2016. Porém, a PM não tem informações oficiais sobre os procedimentos que estão sendo adotados na área por trabalhadores contratados pela empresa responsável pelo local.

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