Cidades

Sem apito

O grupo de ex-comissionados que insiste em protestar na Câmara Municipal, a cada sessão, atrapalhe ainda mais. O barulho que fazem nas galerias incomoda bastante. Os trabalhos, nesta terça-feira, voltaram a ser interrompidos algumas vezes, já que era impossível ouvir os discursos de vereadores na tribuna. Nem mesmo minuto de silêncio em homenagem a pessoas falecidas, foi respeitado pelos manifestantes. O presidente Eduardo Soltur (PSD) foi obrigado a pedir para que os agentes da GCM recolhessem os apitos dos manifestantes. 
 
Com apito
Em protesto contra os manifestantes, Geraldo Celestino (PSDB) se apoderou de um dos apitos e passou a usá-lo enquanto o colega do PT, Edmilson Souza, usava a tribuna. Depois de advertido por Soltur, o tucano pediu desculpas por sua manifestação, alegando que pegou o instrumento para atrapalhar os vereadores do PT, que são os únicos que conseguem falar sem serem interpelados. E usou o apito no microfone. 
 
Local inadequado
Já o democrata Laércio Sandes, como bom governista (que não era), falou como advogado, dirigindo-se aos ex-comissionados, lembrando que a Câmara não é o local adequado para tal manifestação, já que o tema tem entendimento diverso das partes envolvidas. Ele lembrou que o governo se baseia em uma decisão judicial para não efetuar o pagamento, enquanto os manifestantes – por entenderem diferente – devem buscar o foro adequado para fazer valor o que julgam direito. 
 
Amigos do rei
Talvez os ex-comissionados, que ficaram sem receber, poderiam se atentar a um detalhe: os velhos companheiros que ocupavam cargos de alto escalão na administração de Sebastião Almeida (PT), como os ex-secretários e os adjuntos, além de importantes diretores, não passam pelo mesmo perrengue. Quem era amigo do rei deu um jeito de tirar férias nos últimos meses do ano passado, assim que perceberam que o PT deixaria o poder. Por isso, quase não tiveram direito às tais verbas rescisórias, saindo com os bolsos cheios, já que conseguiram receber antes da luzes se apagarem.
 
 
Fora do aquário
Assumindo pela primeira vez como vereador em Guarulhos, Jorginho Tadeu, filho de deputado federal de mesmo nome e da parlamentar da Câmara paulistana, Sandra Tadeu, deu mostras que precisa ainda se adaptar aos microfones.  Em entrevista ao vivo para a TV Câmara, não sabia os motivos dos protestos que ocorriam na galeria da Casa. Limitou-se a dizer que o que o prefeito Guti (PSB) decidir está bem feito, citando que o chefe do Executivo já tinha obedecido ao Ministério Público e concedido 3,8% de aumento. 
 
Não foi bem isso
O repórter da TV Câmara informou a Jorginho que o protesto era de ex-comissionados, que foram exonerados dos cargos e reivindicam os pagamentos de rescisões que julgam ter direito, apesar de – até agora – a Justiça não entender desta forma. Também lembrou que o reajuste concedido aos servidores, que não foi determinado pelo MP, chegará a 3,26%. O novato vereador disse então que está chegando agora e que irá se informar melhor sobre o que está acontecendo. 
 

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