O varejo paulista deixará de faturar média de R$ 4,1 bilhões por mês este ano caso não tenha nova rodada do auxílio emergencial pelo governo federal, como mostra estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Essa estimativa significará, conforme o levantamento, uma queda de 2,6% nas vendas do Estado de SP em 2021 na comparação com 2020, o que representa um faturamento de R$ 747,5 bilhões.
No fim do ano passado, as famílias que receberam o benefício destinaram 67,7% dessa renda para o consumo de bens e produtos do varejo, o que foi revertido em R$ 32,4 bilhões para o setor. Em 2020, o total faturado pelo setor foi de R$ 779,9 bilhões, com média mensal de R$ 65 bilhões. Ou seja, houve aumento de 1,6% em relação a 2019.
Ao considerar o desempenho do comércio varejista nacional, uma não recriação do auxílio emergencial levará a uma retração de 11,7% no movimento do setor em 2021 no confronto com 2020. No ano passado, o faturamento no Brasil atingiu R$ 2,06 trilhões, com média mensal de R$ 172,2 bilhões. Para este ano, a expectativa da FecomercioSP é que os varejistas do País faturem R$ 1,87 trilhão, com uma média de R$ 147,8 bilhões por mês.
De acordo com o estudo, isso porque, em âmbito nacional, as parcelas de R$ 600 e depois R$ 300 pagas pelo governo federal às famílias mais necessitadas injetaram R$ 196,4 bilhões no varejo. "De tudo o que foi distribuído pelo auxílio, 68,3% foram destinados ao consumo varejista", cita a nota.
<b>Emprego</b>
Em 2020, no varejo do Estado de São Paulo, foram fechadas 60 mil vagas de empresas, segundo a FecomercioSP. "Em um contexto de normalidade, o setor teria, hoje, 410 mil empresas, mas fechou o ano passado na marca de 350 mil – uma redução de 14%", afirma. No período, o volume de pessoal ocupado caiu cerca de 16%, indo de 2,5 milhões de postos ativos de trabalho para 2,1 milhões.
Já em todo o Brasil, o montante de pessoas trabalhando diminuiu em 1 milhão ao longo de 2020 – de 8,7 milhões de pessoas para 7,7 milhões -, resultado do fechamento de cerca de 200 mil empresas durante o ano passado. Hoje, o setor registra cerca de 1,1 milhão de organizações operando no País.
Parte dos impactos negativos sobre a estrutura varejista é explicada pela FecomercioSP pelas ações adotadas para controlar a pandemia do novo coronavírus, como as restrições de circulação de pessoas e o fechamento de lojas físicas durante a primeira metade do ano.
A expectativa do governo é aprovar o auxílio emergencial em três semanas. As parcelas deverão ser de R$ 250, a um custo total de R$ 30 bilhões, sendo distribuídas entre março e maio, podendo até mesmo atingir junho.