Apesar das investidas da chamada “NextGen”, os tenistas veteranos seguem dominando o circuito masculino. Juntos, o espanhol Rafael Nadal, o suíço Roger Federer e o sérvio Novak Djokovic venceram os últimos nove torneios de Grand Slam. Neste ano, cada um levantou um troféu. E, a partir desta segunda-feira, em Nova York, eles iniciam o tira-teima da temporada nas quadras duras do US Open.
Campeão de Roland Garros, Nadal entra como favorito por ser o atual número 1 do mundo e por vir no embalo do título do Masters 1000 de Toronto. O espanhol, como de costume, se esquiva da condição de principal candidato ao troféu. “Não há um favorito muito claro. Novak e Roger estão vindo bem, eles gostam muito de quadra dura”, disse o espanhol, que é o atual campeão e mira o quarto título em Flushing Meadows.
Djokovic ganhou novo fôlego no circuito, após problemas físicos e oscilações, com a conquista em Wimbledon. Como preparação, o sexto do ranking se sagrou campeão do Masters 1000 de Cincinnati, justamente sobre Federer na final. E reforçou a sua confiança para buscar o terceiro troféu em Nova York.
Vice-líder do ranking, Federer chega menos cotado que os dois rivais. Irregular em Cincinnati, o tenista de 37 anos caiu nas quartas em Wimbledon, a sua grande meta do ano. Seu bom momento na temporada foi logo no início, quando faturou o Aberto da Austrália e retomou provisoriamente o topo do ranking ao vencer em Roterdã também.
“Não me vejo como favorito, acredito que Rafa e Novak sejam os principais candidatos. Vou trabalhar muito para chegar ao US Open bem preparado e com boas chances”, afirmara o suíço, que pode voltar à liderança do ranking, apesar das recentes oscilações. Para tanto, precisa encerrar o jejum de 10 anos em Nova York e conquistar o Grand Slam norte-americano pela sexta vez. Ao mesmo tempo, Nadal não poderia passar das quartas de final.
Juntos, o trio formado por Nadal, Federer e Djokovic faturou nada menos que 31 dos 40 Grand Slams disputados nos últimos dez anos. Correndo por fora, os tenistas da nova geração já superam os veteranos em torneios de nível Masters 1000, mas ainda sonham em quebrar a hegemonia deles nas competições mais prestigiadas.
O “NextGen” é encabeçado pelo alemão Alexander Zverev, quarto do mundo. Mas o grego Stefanos Tsitsipas, o croata Borna Coric, o canadense Denis Shapovalov, o norte-americano Frances Tiafoe, o sul-coreano Hyeon Chung e o britânico Kyle Edmund também podem surpreender.
No feminino, as chances seguem mais distribuídas, apesar da boa fase da romena Simona Halep, número 1 do mundo e campeã em Montreal. A local Sloane Stephens, atual campeã, e a alemã Angelique Kerber, vitoriosa em Wimbledon, são também fortes candidatas ao título. A checa Petra Kvitova e a dinamarquesa Caroline Wozniacki correm por fora.
Maior aposta da torcida, Serena Williams é uma incógnita. Depois do vice-campeonato em Wimbledon, sofreu a mais dura derrota de sua vida e não emplacou boa sequência de jogos. Se surpreender, não brigará somente pelo sétimo troféu em Nova York, mas pelo sonhado 24.º título de Grand Slam da carreira. Igualaria, assim, o recorde da australiana Margaret Court.
BRASILEIROS – Pela primeira vez em 11 anos, o Brasil não terá representantes nas duas chaves de simples. Isso não acontecia desde 2007. Thiago Monteiro, Rogério Dutra Silva, Guilherme Clezar e Beatriz Haddad Maia caíram no qualifying. Resta, assim, a expectativa pelas atuações de Bruno Soares e Marcelo Melo nas duplas. Soares e o escocês Jamie Murray vivem fase melhor, campeões em Cincinnati. Já Melo e o polonês Lukasz Kubot vêm de apenas duas vitórias nos últimos seis jogos.
NOVIDADES – Pela primeira vez em um Grand Slam, o US Open contará com um cronômetro visível para o público para controlar a demora dos tenistas para sacar. Testado nas últimas semanas, em torneios menores, o recurso deve gerar polêmica, principalmente com Nadal, que já se disse totalmente contra um controle mais rígido na reposição de bola durante o jogo.
Tenistas que levarem mais de 25 segundos para sacar entre um ponto e outro vão receber advertência, que poderá ser seguida pela perda do ponto. A regra sempre existiu, mas sempre foi encarada com flexibilidade pelos árbitros de cadeira. No US Open, o controle mais rígido deve gerar discussões entre atletas e juízes. O Grand Slam será ainda o primeiro a contar com o desafio eletrônico em todas as quadras do complexo Billie Jean King.
Outra novidade é a estreia do novo Louis Armstrong Stadium, a segunda maior quadra do local, agora com teto. A entrega do renovado estádio finaliza uma reforma geral no complexo que custou US$ 600 milhões (cerca de R$ 2,4 bilhões) ao longo dos últimos cinco anos. A conta inclui o teto retrátil na quadra Artur Ashe, as reconstruções da Louis Armstrong e da quadra Grandstand, ambas com maior capacidade de público, e reformas menores nas demais estruturas.