Com a persistente estiagem das chuvas nas regiões que abrigam os principais reservatórios de água do Estado de São Paulo, Alto Tietê e Cantareira, e o possível colapso no abastecimento, a cidade de Guarulhos pode passar por um severo rodízio de fornecimento do insumo natural. É o que afirmou o superintendente do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), Afrânio Sobrinho, em entrevista à Rede Brasil Atual.
Nesta última quarta-feira, 14, o nível de abastecimento do reservatório Cantareira atingiu a marca de apenas 6,3%, enquanto o Alto Tietê registrava 11,1%. A cidade de Guarulhos, que desde fevereiro do último ano adota o rodizio de revezamento diário no abastecimento, porém, caso a crise hídrica se estenda, o município pode ficar sem água a cada dois dias com um apenas de fornecimento.
"O que não temos é indicativo de que a recuperação se dê a contento. Os índices de chuvas são inferiores às médias históricas. Os reservatórios têm sido bastante exigidos. Técnicos da previsão do tempo apontam perspectivas que não são o que gostaríamos. Então, vamos buscar meios de conter o problema, pois parece que estamos chegando no limite dos esforços para que o processo se dê naturalmente”, disse Sobrinho à Rede Brasil Atual.
A maior parte do fornecimento de água para o município é provido da Sabesp, que corresponde à 87%. A cidade provém apenas 13%. De acordo com o gestor do SAAE, Guarulhos necessita de 4,6 mil litros de água por segundo para atender a necessidade dos poucos mais de 1,4 milhões de habitantes. Ele também revelou que atualmente opera com a capacidade de 3,2 mil litros por segundo.
"O que temos buscado, de uma forma geral, são informações mais precisas, porque os especialistas têm divergência de opinião. Queremos ter clareza sobre quais serão os impactos. Ainda não temos conseguido isso de forma clara, a divulgação é parcial, estamos apreensivos com os impactos. Também adotamos água de reúso para usos menos nobres, como a lavagem das ruas", encerrou.
