Gustavo Tsuboi joga nesta sexta-feira no Pré-Olímpico Latino-Americano de Tênis de Mesa, em Santiago (Chile), buscando chegar à final para se garantir nos Jogos Olímpicos do Rio. Caso não tenha sucesso na empreitada, não tem problema. No sábado, tudo se repete. Depois, no domingo, também. Brasileiro melhor posicionado no ranking mundial, ele ganhou a oportunidade de ir à competição, em Santiago, sem nenhum rival nacional.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) poderia inscrever três atletas no torneio. Mas, como Hugo Calderano se garantiu na Olimpíada pelo título nos Jogos Pan-Americanos e cada país só pode ter dois representantes na chave de simples, só um brasileiro pode se classificar em Santiago. A comissão técnica, entretanto, abriu mão da concorrência interna.
Considerando que Tsuboi é, junto com Calderano, o jogador que teve melhores resultados no ciclo olímpico, determinou que, se o Brasil tiver um segundo representante na chave de simples, será Tsuboi. Ao não escalar outros brasileiros para irem a Santiago, aboliu a possibilidade de o mesa-tenista, que volta de lesão no cotovelo, acabar derrotado num confronto direto.
“É verdade que Tsuboi vem de poucos jogos nos últimos quatro meses, mas por outro lado ele esteve no top 50 nos últimos três anos. Hoje, podemos dizer que ele tem uma experiência e um nível melhor do que os outros”, explica o técnico francês Jean-René Mounie, que tomou a difícil decisão de barrar a ida de Thiago Monteiro e Cazuo Matsumoto a Santiago.
Os dois seguem sonhando com a Olimpíada, mas só para jogar a competição por equipes. Em simples, só Tsuboi terá a chance de se unir a Calderano. Para tanto, precisa ser finalista nos torneios de sexta ou sábado, ou ser campeão no domingo.
Apesar da lesão, é favorito. Em 63.º lugar, é o único Top 100 do ranking mundial inscrito para o torneio. Seus concorrentes estão do 170.º lugar para baixo, com destaque para Brian Afanador, de Porto Rico, e Gaston Alto, da Argentina. O velho recurso de naturalizar jogadores chineses não foi utilizado por nenhum país latino-americano.
MULHERES – No feminino, três brasileiras estão em Santiago brigando para conseguir duas vagas no Rio. O agora técnico Hugo Hoyama teve que fazer uma escolha também difícil e deixou a veterana Lígia Silva de fora, convocando Caroline Kumahara (105.ª do ranking mundial), Lin Gui (124.ª) e a adolescente Bruna Takahashi (142.ª). A jovem, de apenas 16 anos, entrou na equipe apenas este ano e já desbancou a veterana.
No feminino, são seis vagas em jogo (para as finalistas dos três dias). Além das brasileiras, só a porto-riquenha Adriana Diaz (85.ª) e a mexicana Yadira Silva (142.ª) estão entre as 200 do mundo. Diaz também tem só 15 anos e é “freguesa” da caçula brasileira nas competições de base.
“Eu acredito muito que podemos conseguir as duas vagas. O que vou passar pra elas é o que sempre falo, que jogando totalmente concentradas as chances de vitória são grandes. Foi isso que eu aprendi com meu técnico. Não importa se no primeiro ou último dia, o importante é classificar”, destaca Hoyama, cinco vezes olímpico.
Pela chave desta sexta-feira, Gui Lin tem caminho relativamente tranquilo até a semifinal, quando pode enfrentar a porto-riquenha. Se chegar à final, estará na Olimpíada. Do outro lado da chave estão Bruna e Carol, que podem se confrontar na semi por um lugar no Rio.