Campeão de Wimbledon pela sétima vez, no domingo, Novak Djokovic não teve motivos para comemorar nesta segunda-feira, na atualização do ranking. Apesar da grande conquista, o tenista sérvio caiu quatro posições na lista da ATP, despencando do terceiro para o sétimo lugar, sua pior colocação desde 2018, quando foi o 10º. No feminino, Elena Rybakina não deu o salto que se espera dos campeões de Grand Slam: estacionou no 23º posto.
A situação incomum se deve a uma série de decisões das entidades do tênis, o que gerou essa e outras grandes distorções nos rankings. Tudo começou com a decisão da organização de Wimbledon de vetar tenistas da Rússia e Belarus na edição deste ano em retaliação ao país que invadiu a Ucrânia em fevereiro, com ajuda dos belorussos.
Em resposta ao torneio inglês, tanto a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) quanto a Associação do Tênis Feminino (WTA) retiraram os pontos que a competição daria aos atletas no ranking. As entidades alegaram que a medida iria reduzir o desequilíbrio que seria causado pela ausência de tenistas russos e belorussos no torneio e também protegeria estes atletas – o atual número 1 do mundo, por exemplo, é o russo Daniil Medvedev.
A decisão trouxe consequências diretas para os rankings, atualizados nesta segunda-feira. Finalista pela primeira vez de um Grand Slam, o australiano Nick Kyrgios perdeu ainda mais posições que Djokovic. Foram cinco, caindo para o 45º posto. Se Wimbledon tivesse dado pontos, o vice-campeão de domingo teria subido ao menos 20 posições na lista da ATP. Djokovic teria ao menos sustentado o terceiro lugar.
No feminino, Rybakina manteve o 23º lugar. Se tivesse somado pontos, estaria dentro do Top 10 do ranking, possivelmente brigando pelo quinto posto, o que seria sua melhor posição da carreira. A ironia neste caso é que Rybakina é russa. Nascida em Moscou, ela defendeu as cores do seu país até 2018, quando aceitou convite do Casaquistão para representar o país nas principais competições do mundo, incluindo a Billie Jean King Cup, a versão feminina da Copa Davis.
Vice-campeã de Wimbledon, a tunisiana Ons Jabeur também caiu no ranking, apesar do grande resultado. Sem os bons pontos concedidos a uma finalista, a primeira tenista árabe a alcançar uma final de Grand Slam caiu três posições no ranking, figurando agora em 5º lugar.
FEDERER
Outro fato raro no ranking desta segunda-feira é a ausência de Roger Federer na lista da ATP. O suíço deixou a relação após quase 25 anos por estar sem competir há mais de um ano. Nesta segunda, foram descontados os pontos obtidos em Wimbledon no ano passado. Foi sua última competição no circuito.
Perto de completar 41 anos, Federer ainda não desistiu da carreira de tenista. Ele pretende voltar ainda neste ano aos torneios oficiais, em setembro. E vai contar com convites das competições para poder disputar as chaves principais enquanto não soma pontos no ranking.
BIA HADDAD
Beatriz Haddad Maia subiu três posições e voltou a registrar seu melhor ranking da carreira. Ela agora exibe a 25ª colocação. Vivendo a melhor fase de sua carreira, ela foi cabeça de chave de um Grand Slam pela primeira vez na carreira em Wimbledon. E, se mantiver o ritmo, vai fazer o mesmo no US Open, último Slam do ano, que começa no fim de agosto.
<b>Confira abaixo o Top 10 do ranking da ATP:</b>
1º – Daniil Medvedev (RUS), com 7.775 pontos
2º – Alexander Zverev (ALE), 6.850
3º – Rafael Nadal (ESP), 6.165
4º – Stefanos Tsitsipas (GRE), 5.150
5º – Casper Ruud (NOR), 5.050
6º – Carlos Alcaraz (ESP), 4.845
7º – Novak Djokovic (SER), 4.770
8º – Andrey Rublev (RUS), 3.700
9º – Felix Auger-Aliassime (CAN), 3.445
10º – Jannik Sinner (ITA), 3.185
<b>Confira a lista das primeiras colocadas ranking feminino:</b>
1º – Iga Swiatek (POL), com 8.336 pontos
2º – Anett Kontaveit (EST), 4.326
3º – Maria Sakkari (GRE), 4.190
4º – Paula Badosa (ESP), 4.030
5º – Ons Jabeur (TUN), 4.010
6º – Aryna Sabalenka (BEL), 3.267
7º – Danielle Collins (EUA), 3.131
8º – Jessica Pegula (EUA), 3.087
9º – Garbiñe Muguruza (ESP), 2.886
10º – Emma Raducanu (ING), 2.717