Aos poucos, os pré-candidatos fecham suas parcerias e definem os apoios para outubro. Chama a atenção que ideologia é um termo em completo desuso na política de Guarulhos. Desta forma, as primeiras dobradas começam a se desenhar com parcerias que fogem a qualquer lógica política. Alguns que batiam o pé garantindo que seriam candidatos de qualquer forma já começam a se recolher. Uns até vêm conseguindo postos de vice. Outros vão suar para conseguirem uma vaga na Câmara Municipal. E olhe lá.
Águas passadas
Curiosamente, Fausto Miguel Martello (PSD) atrai para seu lado o ex-prefeito Jovino Cândido (PV). Tenta se aliar a um nome que já foi forte na oposição ao PT, mas – por outro lado – coleciona insucessos nas disputas que participou. Desde que se elegeu deputado federal em 2002, o verde perdeu todas as eleições que disputou, tanto a prefeito como ao legislativo. Também vale lembrar que Jovino, na condição de prefeito, foi o responsável por denúncias contra os vereadores sobre a formação de um esquema, que culminou com a prisão do pai de Miguel, Fausto, então presidente da Câmara Municipal.
Dupla governista
Já o deputado estadual Jorge Wilson (PRB), ao atrair para seu lado o empresário Márcio Nakashima (PRP), deu sinais que poderia ter o ex-candidato a deputado em 2014 como seu parceiro de chapa. No entanto, nos últimos dias, surgiu a possiblidade do sindicalista José Pereira, do governista PDT, ser o vice. Se essa dupla emplacar, a chapa terá dois nomes muito ligados ao PT, já que os dois caminharam juntos ao prefeito Sebastião Almeida (PT) nos últimos anos.
Ex-petista mas nem tanto
O vereador Gustavo Guti (PSB) receberá hoje a ex-candidata Marina Silva, que anunciará oficialmente o apoio da Rede à sua pré-candidatura a prefeito, emplacando o advogado Alexandre Zeitune como o vice. A dobrada pode representar uma certa contradição, já que Guti se apresenta como o “anti-PT”, mas Marina nunca conseguiu dissociar sua imagem do partido, sempre demonstrando bastante apreço ao ex-presidente Lula, de quem foi ministra por seis anos.
Só que não
Para Guti, dizer que a Marina tem ligação com o PT é um erro. “Ela disputou as duas últimas eleições como opositora ao PT, inclusive apoiando o candidato contrário a eles no segundo turno”, informou à coluna. Não foi bem assim. Em 2014, ela até apoiou Aécio (PSDB) no turno final, mas em 2010 queria levar o PV para o colo de Dilma (PT). Mas acabou sendo voto vencido dentro do partido pelo qual disputou as eleições, que decidiu pela neutralidade. Em abril, na votação do impeachment da presidente na Câmara Federal, a criadora da Rede defendeu – mais uma vez – a liberação dos votos de seus deputados.