O hospital Stella Maris deve fechar as portas caso não receba um repasse financeiro até o fim desta semana da Secretaria Municipal de Saúde ou da Secretaria de Estado. O atendimento ficaria suspenso tanto para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), como para os pacientes particulares e de convênio.
A instituição filantrópica aguarda uma posição da prefeitura e do Estado, que iniciaram uma auditoria no hospital desde abril. No entanto, se não houver retorno entre hoje e amanhã, o atendimento do Stella Maris deve ser suspenso até o fim dessa semana.
Durante uma reunião realizada, ontem, entre a direção do hospital e o corpo clínico ficou esclarecido que sem a verba do governo, o Stella Maris não teria como efetuar o pagamento dos médicos. Desta forma, não houve negociação entre a classe médica e os administradores sobre o adiamento dos salários atrasados.
Segundo José Erivalder Guimarães de Oliveira, diretor presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) regional de Guarulhos, o Stella Maris passa por uma crise financeira muito grave causada pelos próprios administradores.
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De acordo com o vereador e médico, José Mário (sem partido), é necessário uma Intervenção estadual e ajuda da promotoria pública para amenizar o impacto da dívida em torno de R$ 50 milhões. "O hospital quebrou por improbidade administrativa".
Segundo informações do Stella Maris, a direção do hospital se reúne hoje de manhã, às 08h30, com o secretário municipal de Saúde, Carlos Derman, para definir a situação da entidade.
Autoridades solicitam intervenção
O vereador e médico, José Mário (sem partido) entrou com denúncias no Ministério Público Estadual com provas de improbidade administrativa da Congregação das Filhas de Nossa Senhora Stella Maris, atual administradora do hospital.
O diretor presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) regional de Guarulhos, José Erivalder Guimarães de Oliveira, acredita que por se tratar de um hospital filantrópico e ter isenção de imposto, o Governo e a prefeitura têm a obrigação de intervir neste processo. "Por causa da administração incompetente, a cidade pode perder uma referência em cardiologia. É necessário fazer uma intervenção urgente, para garantir atendimento de 60% aos pacientes do SUS e à população geral de Guarulhos", comenta Oliveira.
Segundo o vereador, as lideranças médicas da instituição garantiram que até quarta-feira, o hospital deve fechar. "No fim da semana passada os médicos das UTIs adulta e neonatal pediram demissão coletiva, comunicando que trabalhariam no Stella Maris somente até o dia 20 de julho. A equipe médica do pronto-socorro, também protocolou descredenciamento da unidade hospitalar, ontem de manhã".