Desde que venceu as eleições no final de outubro, Guti sempre deixou claro que não faria milagres no início de seu governo. Em todas as oportunidades, afirmou que seriam necessários pelo menos 100 dias para colocar em prática sua nova forma de administrar e que os resultados começariam a aparecer em seis meses. No entanto, muita gente – que não pode alegar ser mal informado – ainda insiste em atribuir ao novo prefeito todas as mazelas acumuladas ao longo de 16 anos de gestões desastrosas em Guarulhos.
Cartola sem coelho
O reajuste de IPTU, concedido ainda no governo do ex-prefeito Sebastião Almeida (PT), repassando a inflação acumulada dos últimos 12 meses, foi uma ação anterior à posse de Guti, por exemplo. Os valores atrasados cobrados pelos professores da rede municipal são dívidas deixadas pela gestão passada. Diversos credores ficaram sem receber por serviços prestados. Óbvio que o novo prefeito é responsável por resolver os problemas. Mas que ninguém imagine que existe fórmulas miraculosas ou que algum coelho sairá da cartola imediatamente.
Soluções em curso
Em paralelo, os novos secretários, além dos mandatários do SAAE e Proguaru, estão atuando para apresentar propostas exequíveis para o curto prazo. Apesar da falta de dinheiro, é de se esperar que a cidade comece a perceber melhorias consideráveis, a partir de soluções criativas, além de utilizar recursos que vêm do governo federal, por exemplo, e que vinham sendo perdidos seja por inabilidade ou falta de interesse da gestão anterior.
Pé de guerra
O PSDB de São Paulo está em pé de guerra. E o motivo é justamente o avanço do PSB do prefeito Guti, que tem como principal líder estadual o vice-governador Márcio França. Temendo o avanço do partido concorrente, os tucanos decidiram prorrogar o mandato do deputado Pedro Tobias, à frente do diretório estadual por mais um ano, seguindo a determinação do presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves, que decidiu se manter no cargo.
Guarulhos em pauta
Na reunião do diretório estadual, realizada na noite de terça-feira, Pedro Tobias chegou a usar o exemplo de Guarulhos e Mauá, onde candidatos do PSB se saíram vitoriosos, e hoje são aliados de Geraldo Alckmin (PSDB). O temor dos tucanos “aecistas” reside na possibilidade real de Márcio França ser o nome do governador para a disputa de sua sucessão em 2018. Nunca é demais lembrar que, em Guarulhos, o PSDB apoiou Guti no segundo turno e está aliado ao governo.