Algo histórico acontecerá em Roland Garros a partir deste domingo. Pela primeira vez desde 2005, Rafael Nadal não estará na chave do Grand Slam francês. O espanhol, que impôs hegemonia no saibro de Paris, não vai competir devido a uma complicada lesão no quadril, sofrida ainda em janeiro. Diante desta baixa de peso, Novak Djokovic vai bater de frente com a nova geração, capitaneada por Carlos Alcaraz, em busca do recorde de títulos de Major.
O sérvio está empatado com Nadal na briga pelo maior número de troféus de Grand Slam na história. Ambos somam 22. Sem o espanhol no caminho em Paris, Djokovic terá chance única para alcançar o 23º, se isolando nesta lista, que muitos usam para definir quem é o melhor tenista da história.
O ex-número 1 do mundo, contudo, está longe do seu auge. Terceiro do ranking, não demonstra estar 100% recuperado de uma lesão no cotovelo e ainda não superou as quartas de final em nenhum torneio disputado sobre o saibro na temporada até agora. As performances abaixo do esperado ficaram evidentes nos Masters 1000 de Montecarlo e Madri, dois dos principais torneios no saibro, com apenas quatro vitórias somadas nas duas competições.
Nas duas ocasiões, foi eliminado por rivais da nova geração: o italiano Lorenzo Musetti e o dinamarquês Holger Rune. Eles não devem ser os únicos a apresentar dificuldade ao veterano de 36 anos. Alcaraz é o atual número 1 do mundo e forte candidato a virar o "novo Nadal" nas giras de saibro. Há ainda Jannik Sinner, jovem talento italiano, o grego Stefanos Tsitsipas e o norueguês Casper Ruud, ambos vice-campeões de Roland Garros nos últimos anos, além dos russos Daniil Medvedev e Andrey Rublev.
"Uma nova geração já está aqui. O Alcaraz é o número 1 do mundo. Obviamente está jogando um tênis incrível. Acho que isso é muito bom para o nosso esporte ter novos rostos, caras novos chegando. É normal. Falamos disso por anos, sobre a expectativa por eles, quando acontece este tipo de mudança de gerações", comentou Djokovic.
Atual campeão do Aberto da Austrália, o sérvio admite que vem sofrendo para se manter no topo com estes novos rivais, todos atualmente dentro do Top 10 do ranking. "Pessoalmente, estou tentando me manter lá ao lado deles. Estou feliz, muito feliz, na verdade, com a minha carreira até agora. Ainda tenho aquela fome para seguir lutando", declarou o vencedor de 10 dos últimos 19 torneios de Grand Slam do circuito.
Em Paris, Djokovic será o único remanescente do chamado "Big 3", formado por Nadal e Roger Federer. O trio, que dominou o tênis masculino por cerca de 20 anos, começou a se desfazer no ano passado, com a aposentadoria do suíço. Nadal parece ser o próximo da lista. Ao anunciar que não jogaria em Roland Garros, afirmou que 2024 será seu último ano no circuito.
BRASILEIROS
O País estará representado por três tenistas nas chaves de simples: Thiago Monteiro, Thiago Wild e Beatriz Haddad Maia. Wild entrou pelo qualifying e disputará a chave principal de Roland Garros pela primeira vez. No entanto, terá a dura missão de estrear logo contra Medvedev, campeão do US Open de 2021.
Nas duplas, o Brasil contará com cinco representantes. O experiente Marcelo Melo vai formar parceria com o australiano John Peers, enquanto Marcelo Demoliner jogará com o italiano Andrea Vavassori. Rafael Matos seguirá com seu novo parceiro, o português Francisco Cabral, e também jogará na chave mista, novamente com Luisa Stefani.
Juntos, eles foram campeões no Aberto da Austrália, em janeiro deste ano. Nas duplas femininas, ela vai jogar com a canadense Gabriela Dabrowski. Bia Haddad também entrará em quadra nas duplas, mantendo a parceria de sucesso recente com a belarussa Victoria Azarenka.