Em meio à pior crise institucional de sua história, com o seu maior craque suspenso e a sua seleção à deriva, a Associação de Futebol Argentino (AFA) definiu, nesta quarta-feira, Claudio Tapia como seu novo presidente.
Tapia, único candidato ao cargo, foi ungido em assembleia realizada no CT da seleção argentina em Ezeiza, convocada para cumprir o estatuto, pois a sua candidatura foi fruto de um acordo prévio entre a maioria dos dirigentes. No entanto, três dos 43 participantes votaram em branco.
“Muitos dirigentes, amigos do futebol, trabalharam para que a partir deste momento todos comecemos a recuperar a instituição que merece nosso querido futebol argentino”, disse Tapia em suas primeiras palavras como presidente da AFA.
Ao contrário do que poderia se supor, agora está à frente da AFA o presidente do Barracas Central, uma equipe da terceira divisão e com apenas 500 sócios. No entanto, Tapia estará apoiado em cargos inferiores por dirigentes de Boca Juniors, Independiente e Racing.
“Aqueles que por diferentes motivos não acompanharam o projeto, precisemos que juntos comecemos a refundar a Associação de Futebol Argentino. Para isso, queremos dizê-los que são tão importantes como os membros do comitê executivo que vão representá-los. Entre todos, temos que fazer um futebol melhor. Precisamos que todos os dirigentes acompanhem esta democracia”, acrescentou Tapia.
Com a eleição de Tapia, foi concluída formalmente a comissão interventora designada pela Fifa em 2016 diante da feroz disputa interna na AFA para suceder o falecido Julio Grondona, comandante da entidade por 35 anos, e da sua delicada situação financeira.
Tapia assumirá a AFA formalmente nesta quinta-feira e sua primeira medida será recorrer para reduzir a suspensão de quatro jogos imposta a Lionel Messi por ter insultado um árbitro assistente durante a vitória por 1 a 0 sobre o Chile, na última quinta-feira.
A punição complicou a situação da Argentina nas Eliminatórias. Já sem Messi, a equipe perdeu na noite de terça para a Bolívia por 2 a 0 em La Paz e caiu para o quinto lugar nas Eliminatórias, com 22 pontos, o que a levaria a disputar uma repescagem mundial. E o seu próximo compromisso será de grande risco, em 31 de agosto, contra o Uruguai, em Montevidéu.
Tapia também avaliará a situação do técnico Edgardo Bauza e pediu apoio para a seleção da Argentina. “Se queremos que nossa seleção nos represente na Rússia e vá da melhor maneira, quero pedir a todas lideranças, a toda sociedade e aos meios de comunicação que apoiem a nossa seleção”, disse.