Após União Brasil e o presidente da legenda, Luciano Bivar, desembarcarem da construção de um projeto único da terceira via, líderes do MDB, PSDB e Cidadania se reuniram nesta quinta-feira, 28, em São Paulo para seguir com o debate sobre a formação de chapa unificadora do centro democrático. O evento, no entanto, não contou com nenhum representante do pré-candidato à presidência João Doria (PSDB). O presidente do PSDB, Bruno Araújo, que está em viagem no exterior, foi representado pelo ex-ministro Pimenta da Veiga, desafeto de Doria no partido.
Pelo acerto inicial, as legendas, agora sem União Brasil, lançarão no dia 18 de maio um pré-candidato único como alternativa à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). No páreo agora estão Simone Tebet (MDB) e João Doria (PSDB), apesar da resistência de tucanos ao seu nome.
Ao <i>Broadcast Político</i>, Veiga disse que, pessoalmente, não acredita que Doria seja o nome mais forte para disputar a presidência. No entanto, o ex-ministro rechaçou a possibilidade de judicialização das prévias realizadas no ano passado, hipótese que chegou a ser cogitada por aliados do ex-governador de São Paulo. "Essa eleição está acima de aspirações pessoais e de interesses partidários. Todos os candidatos devem avaliar suas potencialidades", disse. "É hora de desprendimento", enfatizou.
A escolha de Pimenta da Veiga para representar o PSDB no encontro, que foi organizado pelos grupos Derrubando Muros e Roda Democrática, foi criticada por aliados de Doria. "Com todo respeito ao Pimenta da Veiga, o PSDB tem uma linha hierárquica que deveria ser respeitada", disse o tesoureiro nacional do PSDB, César Gontijo. Para os doristas, a escolha de Pimenta foi uma provocação de Bruno Araújo, que também está rompido com o ex-governador de São Paulo.
Além de Pimenta da Veiga, estavam presentes o ex-senador José Aníbal e o prefeito de Santo André, Paulo Serra, ambos tucanos e adversários de Doria na sigla.
O presidente do Cidadania, Roberto Freire, também esteve no encontro e disse, ao <i>Broadcast Político</i>, que a decisão da terceira via deve prevalecer sobre os resultados das prévias tucanas. "Doria é o candidato do PSDB, mas da coligação ainda não. Não podemos impor os resultados das prévias à coligação. Ele só vai valer se o escolhido da coligação for do PSDB", afirmou Freire. O PSDB e o Cidadania entraram com registro de federação partidária no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fusão entre as legendas que deve durar, no mínimo, quatro anos.