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Semana será decisiva para Guti definir maior ou menor flexibilização na economia de Guarulhos  

Queda em média móvel de novos casos de Covid-19 chega a 15 dias em Guarulhos; ocupação de leitos de UTI cai a menos de 60% 

Durante live transmitida nesta sexta-feira, o prefeito de Guarulhos, Guti, afirmou que ainda não há motivos para comemorar em relação ao avanço da pandemia de coronavírus na cidade. Mas deixou claro que há números que podem significar que o segundo maior município de São Paulo avança para a estabilização, o que pode colaborar para adiantar as próximas fases da reabertura da economia. A média móvel de novos casos segue em queda por 15 dias seguidos. A semana que vem será fundamental para determinar se o processo de flexibilização pode ser afrouxado ou não.  Reabertura de bares e restaurantes, com uma série de restrições, pode ocorrer nos próximos dias.

Em seu pronunciamento, o prefeito se referiu principalmente à queda na taxa de ocupação de leitos de UTI em Guarulhos, que chegou a 100% três semanas atrás, mas nesta sexta-feira, com a abertura de mais 12 no HMU, cairam para 59%. Oficialmente, já que esses dados ainda não constam do relatório diário da Secretaria Municipal da Saúde, a taxa de ocupação era de 69%, ainda assim um índice excelente diante do quadro que se vê em outras cidades do Estado. Isso só foi possível graças a ampliação de leitos no 3CGru (Centro de Combate ao Coronavírus de Guarulhos) que agora conta com 24 leitos de UTI (10 a mais), a locação em hospitais particulares, que garantiram em um primeiro momento mais 16 e esses 12 últimos do HMU, elevando para quase 80 a oferta na rede municipal. Os dois hospitais estaduais da cidade têm apenas 56.  

Mas há ainda outros números que podem colocar Guarulhos numa situação de estabilização no combate ao Covid-19. A média móvel de novos casos, segundo levantamentos diários do Governo do Estado, que leva em consideração a média dos últimos sete dias, caiu para 76,86 nesta quinta-feira. Desde 3 de junho, quando atingiu 126,0, a média só cai. No dia 8, era de 113. Três dias depois, era de 108,57. Chegou a 102,14 em 16 de junho e despencou para menos de 80 após mais dois dias.  

A variação da taxa móvel é um dos requisitos utilizados pela Organização Mundial da Saúde para verificar o avanço da doença no mundo. Medidas restritivas são afrouxadas ou não a partir de análises de diferentes dados, como estes. No entanto, a semana que entra será fundamental para uma avaliação mais efetiva da evolução do coronavírus em Guarulhos. Na próxima sexta-feira, completam-se 15 dias da reabertura parcial do comércio na cidade, ocorrido em 12 de junho. Especialistas da área médica indicam que este é o período estimado para avaliar se a diminuição das medidas restritivas se reflete ou não no aumento no número de casos.  

Mesmo assim, Guarulhos ainda pode estar numa situação privilegiada, já que a taxa de isolamento social, medida diariamente pelo Governo do Estado, não oscilou negativamente, o que seria um indício de que há maior movimento nas ruas, o que pode elevar as taxas de contaminação. Nos três dias úteis anteriores à reabertura do comércio (8, 9 e 10 de junho), o índice estava em 45%. Caiu para 44% no dia 12%. Voltou a 45% nas últimas segunda, terça e quarta-feiras, caindo para 44% nesta quinta-feira. Ou seja, nada expressivo, o que pode significar que boa parte da população não mudou seu comportamento com a flexibilização nas regras de funcionamento de comércio e serviços.  

Levantamento divulgado pelo GuarulhosWeb nesta semana mostra que Guarulhos ocupa apenas a 26a posição em casos por 100 mil habitantes entre os 39 municípios da região metropolitana de São Paulo. Em número de mortes, segue na 13a posição. São números muito bons para a cidade que tem a segunda maior população do Estado, um baixo índice ainda de saneamento básico (avançou de 2% para 15% na atual gestão municipal) e limitações orçamentárias devido ao grau de endividamento encontrada pelo prefeito Guti ao assumir a Prefeitura.  

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